Legacy: Investimento em debênture de infra ganha tração com quadro macro mais benigno

A Legacy Capital vê uma janela favorável para migrar parte dos investimentos em renda fixa pós-fixada para papéis indexados à inflação e, com apetite, até para prefixados. “Nos próximos 12 a 24 meses, esse movimento tende a gerar bons retornos”, avaliou Leonardo Ono, sócio da empresa e gestor de renda fixa e crédito privado, durante o programa Outliers.

Segundo ele, o avanço do juro real em papéis como as NTN-Bs — que no início de 2023 pagavam IPCA +5% e hoje superam 7,5% — abre espaço para essa reprecificação. A combinação de um ciclo de aperto monetário se encerrando no Brasil e a expectativa de cortes nos juros americanos sustenta essa visão mais construtiva.

Gestora amplia atuação

A gestora tem ampliado sua atuação em debêntures de infraestrutura, setor que ganhou protagonismo entre os investidores institucionais e pessoas físicas. Só nos três primeiros meses deste ano, as emissões somaram R$ 50 bilhões — ritmo que pode superar os R$ 170 bilhões emitidos em 2023, num recorde histórico. “É um mercado que veio para ficar, com potencial de crescimento diante da demanda por investimento da ordem de R$ 500 bilhões por ano”, pontua.

Os setores dominantes continuam sendo saneamento, energia elétrica e logística, que representam mais de 70% do mercado. Mas a Legacy tem diversificado, com apostas crescentes em telecomunicações — como operadoras de torres de celular e empresas ligadas a data centers — e também com papéis de óleo e gás, ainda remanescentes da leva anterior à mudança regulatória.

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Project Finance

Com uma equipe experiente em project finance, a gestora também estrutura portfólios que combinam crédito corporativo com ativos ligados a projetos específicos, o que eleva o retorno potencial. “Adicionamos até 150 pontos-base de carrego com risco de projeto”, diz Leonardo Ono.

Na frente de crédito privado em geral, a Legacy se mantém conservadora, elevando a régua para aprovação de novas operações. “Não estamos tomando risco em empresas muito alavancadas ou passando por turnaround. O custo da dívida ainda é alto e o mercado de ações, apesar de algum alívio, continua pouco receptivo a novos IPOs e follow-ons”, afirma.

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