Polícia quer exumar corpo da irmã de médico suspeito de matar mulher

São Paulo – A Polícia Civil vai pedir a exumação do corpo da irmã do médico Luiz Antonio Garnica, de 38 anos, preso nessa terça-feira (6/5) junto com a mãe pela suspeita de ter matado a professora Larissa Rodrigues, de 37, encontrada morta em março deste ano em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.

Um laudo toxicológico apontou a presença de chumbinho no corpo de Larissa. Em razão disso, o delegado Fernando Bravo, responsável pelo caso, afirmou ao Metrópoles que vai investigar se Nathalia Garnica, de 42 anos (à esquerda na imagem em destaque), morreu por causas naturais – como o caso foi registrado – ou envenenamento. Nathalia foi encontrada morta pela mãe, Elizabete Arrabaça, em fevereiro deste ano.

“A diferença de tempo entre a morte de uma e da outra é pouco mais de um mês. Era uma menina nova também. A Elizabete encontrou a filha, e o Luiz foi pra lá e fez massagem cardíaca na irmã. As circunstâncias foram bem semelhantes”, disse o chefe da 3ª Delegacia de Polícia de Investigações sobre Homicídios em Ribeirão Preto.


Entenda o caso

  • No dia 22 de março, Garnica relatou à polícia que chegou ao apartamento do casal no bairro Jardim Botânico, zona Sul da cidade, e estranhou o fato de a mulher, Larissa Rodrigues, não responder ao seu chamado.
  • Segundo o boletim de ocorrência, ele disse que depois de procurar a esposa por diferentes cômodos da casa, a encontrou no banheiro, caída e desfalecida.
  • Garnica também relatou que, por ser médico, pegou a esposa e a colocou na cama do casal para a realização de procedimentos de urgência, mas que não teve sucesso e chamou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
  • A equipe acionada confirmou a morte da professora no local. O caso foi registrado inicialmente como morte suspeita.
  • Laudos foram solicitados ao Instituto Médico Legal (IML) e ao Instituto de Criminalística (IC) para apontar as circunstâncias da morte.
  • O primeiro exame no corpo de Larissa foi inconclusivo e apontou que ela tinha lesões patológicas no pulmão e no coração, além de “cogumelo de espuma”, termo médico que indica contato do ar com líquido do organismo e que pode ocorrer tanto em situações de morte natural e não natural.
  • Um novo laudo toxicológico apontou a presença de chumbinho no corpo de Larissa.
  • Por isso, a Polícia Civil pediu a prisão de Luiz Antonio e da mãe dele, que também estaria envolvida no crime.

Já existe um inquérito policial em andamento para investigar o caso da morte da professora Larissa Rodrigues, e o delegado afirmou que outro processo de investigação pode ser instaurado a depender do resultado dos exames de Nathalia.

Traição

De acordo com o delegado Fernando Bravo, Luiz Garnica usou uma relação extraconjugal como álibi na investigação sobre a morte da esposa. O médico saiu de casa durante a tarde do dia 21 de março, foi ao cinema com a amante e passou a noite fora. Uma denúncia anônima enviou à polícia uma fotografia de Garnica e a mulher com quem ele mantinha um caso em um local público. Ela foi ouvida durante a investigação e confirmou o caso.

No dia seguinte (22/3), o médico relatou à polícia que encontrou Larissa desfalecida no banheiro do apartamento deles, localizado no bairro Jardim Botânico, zona sul da cidade.

“A traição ficou comprovada desde o início da investigação. Foi o álibi que ele apresentou do dia anterior à morte dela. Ele confirmou que estava no cinema com a menina e passou a noite fora de casa”, disse Fernando Bravo.

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Luiz Antonio Garnica e Larissa Rodrigues

A professora Larissa Rodrigues
Luiz Antonio Garnica
A professora Larissa Rodrigues
Médico Luiz Antonio Garnica foi preso
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A professora Larissa Rodrigues

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Luiz Antonio Garnica e Larissa Rodrigues

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Luiz Antonio Garnica

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A professora Larissa Rodrigues

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Médico Luiz Antonio Garnica foi preso

Divulgação/Polícia Civil

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Médico Luiz Antonio Garnica foi preso

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Além de prestar depoimento, a amante teve o celular apreendido. “Todo mundo é suspeito. Nós estamos investigando ela também. Mas até agora, não apareceu nenhum indício de que ela tivesse participação na morte”, explicou.

O delegado afirma que a motivação do crime ainda não pode ser revelada e que as autoridades trabalham para analisar os materiais presentes em computadores e celulares apreendidos.

Chumbinho

A Polícia Civil cumpriu os mandados de prisão temporária contra Garnica e Elizabete depois de o laudo toxicológico apontar a presença de chumbinho no corpo de Larissa. O médico foi detido enquanto trabalhava em um consultório em Ribeirão Preto. A mãe dele foi presa no Jardim Irajá.

Em entrevista coletiva, o delegado Fernando Bravo afirmou que uma testemunha disse que a mãe do médico estava procurando chumbinho. “Ontem nós conseguimos encontrar uma testemunha que relatou que a sogra estava procurando chumbinho para comprar, aproximadamente 15 dias antes da morte. Então isso nos trouxe uma segurança que ela, juntamente com o filho, mataram a Larissa.”

Bravo afirmou ainda que o comportamento do médico no momento em que as autoridades chegaram ao apartamento onde a professora foi achada morta chamou a atenção da polícia. “A participação dele ficou bem evidente para nós pela forma que ele encontrou a Larissa. Ela já estava com rigidez cadavérica e ele tentava limpar o apartamento como se fosse tentar desfazer as provas para a perícia técnica não detectar uma prova contra ele, então isso nos deu segurança pra pedir a prisão dos dois.”

A polícia trabalha agora para descobrir como a mãe de Garnica conseguiu a substância e a motivação do crime. Segundo o delegado, a sogra foi a última pessoa a ver Larissa com vida na véspera da morte. A investigação também apontou que a mulher pesquisou onde encontrar o chumbinho: “Ela chegou a ligar para uma amiga que é fazendeira para saber se ela tinha essa substância na fazenda. Quando a amiga disse que não, ela pediu indicação de lugar para comprar, mas não foi fornecido ou indicado”.

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