Por que papas mudam de nome ao serem eleitos?

Parte da cerimônia inclui a tradição milenar de troca de nomeCoronel G/Unsplash

Nesta quarta (7), 133 cardeais se reunem na Capela Sistina, no Vaticano, para eleger o sucessor de Francisco e, imediatamente após a escolha, definir o nome que o novo papa adotará.

O  gesto expressa o propósito de seu pontificado e remonta a uma decisão tomada em 533 para evitar a referência a um deus pagão.

Apesar de Jesus ter rebatizado Simão como Pedro, considerado o primeiro papa, só em 533 Mercúrio di Proietto optou por chamar-se João II, renunciando a “Mercúrio” por causa do culto pagão ao deus homônimo.

Antes disso, os pontífices usavam seu nome de batismo, frequentemente acompanhado do lugar de origem.

Cerimônia de anúncio

Assim que um novo papa é escolhido, ele recebe duas perguntas em latim. A primeira é: “Aceita a sua eleição canônica como Sumo Pontífice?”. Se disser sim, perguntam: “Como quer ser chamado?”. É nesse momento que ele define como será nomeado (como “Francisco” ou “Bento”, por exemplo).

Após o aceite, as cédulas usadas na votação são queimadas. É essa queima que produz a famosa fumaça branca, vista pela multidão na Praça São Pedro.

O novo papa então se retira para a “Sala das Lágrimas”, um pequeno quarto na Capela Sistina, onde veste pela primeira vez as roupas oficiais do cargo.

Em seguida, um anúncio histórico é feito: “Habemus papam!” (“Temos um Papa!”). O papa então aparece publicamente na sacada da Basílica de São Pedro e dá a bênção solene “Urbi et Orbi” (“Para a cidade e para o mundo”), marcando oficialmente o início de seu pontificado.

Adotar um novo nome indica a missão que o papa deseja enfatizar: continuidade histórica, renovação espiritual ou compromisso social.

Cada escolha reflete intenções teológicas e políticas, servindo como “primeira declaração” de seu governo.

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