RIOgaleão inaugura espaço sensorial para passageiros com autismo e reforça acolhimento no embarque

São duas salas voltadas para passageiros com Transtorno do Espectro Autista (TEA) (Divulgação/RiOGaleão)

O Aeroporto Internacional Tom Jobim, o RIOgaleão, acaba de dar um passo importante rumo à inclusão: inaugurou duas salas voltadas para passageiros com Transtorno do Espectro Autista (TEA), dentro da área de embarque doméstico. Os espaços, que funcionam 24 horas por dia, foram projetados para oferecer refúgio e apoio sensorial em um dos momentos mais estressantes da jornada: a hora de pegar o avião.

O projeto nasce como parte do Programa de Acolhimento ao Passageiro com TEA, uma iniciativa federal, mas ganhou contornos mais humanos com a participação da arquiteta Ana Paula Chacur — especialista em autismo e mãe de uma adolescente autista — e da equipe da Kube Arquitetura. A proposta vai além de acessibilidade básica: busca criar um ambiente que ajude o passageiro a entender e se adaptar, sensorialmente, à experiência de voar.

Na chamada Sala Sensorial, o estímulo é planejado e moderado. Nada ali é por acaso: as cadeiras vibram como se estivessem em pleno voo, o teto simula o movimento das luzes da cabine, janelas digitais mostram paisagens e até o som ambiente reproduz o barulho de maleiros e chamadas de comissário. É uma imersão controlada, pensada para preparar o passageiro com TEA para o que vem pela frente.

Já a Sala de Acomodação Sensorial foi criada como uma espécie de abrigo. Ideal para quem enfrenta crises ou precisa de uma pausa dos ruídos e estímulos do terminal, ela oferece um espaço silencioso, com iluminação suave e poltronas estofadas — um lugar onde é possível respirar fundo e tentar recuperar o equilíbrio.

Nos dois espaços, há agentes treinados prontos para ajudar, garantir informações e promover acolhimento. O objetivo não é apenas facilitar a jornada, mas também reconhecer que aeroportos nem sempre são ambientes amigáveis para todos os perfis de viajantes.

Além das salas, o RIOgaleão passou a oferecer abafadores de ruído, disponíveis gratuitamente no balcão de informações do Terminal 2, voltados principalmente para passageiros com hipersensibilidade auditiva — um dos aspectos mais comuns do espectro autista. A devolução pode ser feita em caixas espalhadas por todos os portões de embarque.

Com a iniciativa, o aeroporto tenta responder a uma demanda antiga de acessibilidade real, indo além da sinalização em braile ou rampas de acesso. Afinal, voar também pode — e deve — ser uma experiência respeitosa para todos.

As salas ficam dentro da área de embarque doméstico (Divulgação/RiOGaleão)

Os espaços, que funcionam 24 horas por dia, foram projetados para oferecer refúgio e apoio sensorial em um dos momentos mais estressantes da jornada: a hora de pegar o avião (Divulgação/RiOGaleão)