Saiba o que seu gato “quer dizer” quando ele está abanando o rabo

Ao contrário dos cães, que abanam o rabo, geralmente, para expressar alegria, os gatos usam o movimento da cauda para comunicar emoções distintas — da irritação à concentração predatória. Ao Metrópoles, o médico-veterinário Flávio Nunes detalha o que observar no comportamento felino para interpretar corretamente esse sinal e garantir o bem-estar do animal.

Um alerta de irritação

De acordo com Nunes, movimentos rápidos e vigorosos da cauda, especialmente acompanhados por orelhas para trás, pupilas dilatadas e corpo enrijecido, são sinais claros de irritação, frustração ou até raiva. “Esse tipo de abanar costuma surgir quando o gato está incomodado e pode ser o primeiro sinal de que ele está prestes a reagir defensivamente”, explica.

Nesses casos, o ideal é que o tutor evite insistir em interações — como carícias ou brincadeiras — e busque identificar o que provocou o desconforto. “Remover o estímulo incômodo ou redirecionar a atenção do animal são estratégias importantes para evitar agressões e proteger todos os envolvidos.”

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Gatinho rebelde mostrando a língua

Apesar de serem carnívoros, os gatos podem tentar comer as plantas
Gato lambendo pata com frequência. Veterinária indica levar o animal a um especialista
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É preciso preparo para ter mais de um gato em casa

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Concentração e instinto de caça

Mas nem todo abanar de rabo indica algo negativo. Quando o movimento é lento, ritmado e focado — especialmente com a ponta levemente curvada — o gato pode estar concentrado em uma brincadeira ou em um “alvo”. “Esse padrão está relacionado à excitação predatória, comum em momentos de caça simulada”, detalha o veterinário.

Nesse contexto, o comportamento é considerado saudável e sinaliza que o pet está engajado com o ambiente. “Incentivar esse tipo de interação fortalece o vínculo entre tutor e animal, além de estimular os instintos naturais do felino.”

O corpo também fala

Entender o que a cauda quer dizer exige mais do que observar apenas o movimento. Segundo Flávio Nunes, interpretar a linguagem corporal como um todo é essencial. “A posição das orelhas, o tom muscular, a dilatação das pupilas e até vocalizações ajudam a contextualizar o que o animal está sentindo.”

Movimentos curtos, hesitantes ou entrecortados, por exemplo, podem indicar insegurança ou conflito interno. “É como se o gato estivesse tentando decidir entre fugir ou enfrentar uma situação. Esses sinais merecem atenção para que o tutor possa agir de forma respeitosa e cuidadosa.”

Quando o comportamento se torna um problema

Embora muitos movimentos da cauda sejam naturais e esperados, alguns padrões podem sinalizar estresse crônico ou problemas emocionais. O veterinário alerta para casos em que o abanar se torna repetitivo e descontextualizado — mesmo na ausência de estímulos. “Isso pode indicar estereotipias, comportamentos compulsivos que surgem como resposta à ansiedade ou à frustração.”

Além do abanar excessivo, outras estereotipias comuns em gatos incluem lamber-se compulsivamente, perseguir a própria cauda ou vocalizar de forma constante. Nesses casos, a avaliação de um veterinário especializado em comportamento é fundamental. “O tratamento envolve ajustes no ambiente, estímulos adequados, treinamento comportamental e, em alguns casos, medicamentos.”

A principal recomendação de Flávio Nunes é simples: observe, respeite e aprenda a ler os sinais. “Gatos não falam, mas se comunicam com o corpo o tempo todo. Compreender o que cada gesto representa é a chave para uma convivência mais harmoniosa, segura e feliz.”

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