Anac afirma que suspensão das operações da Voepass não é punição ao acidente fatal de 2024

Deputados querem ouvir Cenipa sobre acidente da Voepass nesta terça-feira após divulgação de relatório

Após o acidente, a companhia reduziu sua operação de 1.800 voos mensais para 1.100, todos comercializados pela Latam (Reprodução/Eduardo Sales)

Nesta quarta-feira (7), durante audiência na Câmara dos Deputados, o diretor-presidente substituto da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Roberto José Silveira Honorato, afirmou que a suspensão das operações da Voepass não ocorreu como uma punição ao acidente aéreo ocorrido em Vinhedo (SP), no ano passado, que matou 62 pessoas.

Segundo Honorato, logo após o acidente a Anac estabeleceu uma operação assistida na companhia. Técnicos e pilotos da agência permaneceram no dia a dia daempresa, acompanhando a rotina de voos. Na ocasião, a Anac deixou diversas recomendações à Voepass, que, de imediato, foram cumpridas.

Mas em fevereiro deste ano, a Agência retornou para uma segunda etapa da operação e, dessa vez, encontrou uma “real perda da capacidade do sistema de gestão de segurança da empresa”.

“Além disso, aquelas medidas que tinham sido colocadas na primeira rodada, de redução de frotas de aeronaves não estavam em vigência em sua totalidade. Era necessário, era esperado que elas estivessem sendo mantidas. E, por esse cenário, a gente não está falando de uma causa pontual, a gente não está falando aqui de que essa decisão da Anac foi por conta do acidente, nem como uma punição a um acidente”, disse Honorato.

Os deputados demonstraram preocupação com o impacto econômico da suspensão da Voepass para o país, mas para Honorato o mercado já conseguiu se adaptar e suprir a demanda deixada pelos voos operados pela Voepass.

Após o acidente, a companhia reduziu sua operação de 1.800 voos mensais para 1.100, todos comercializados pela Latam. A empresa conseguiu repor os voos e atender aos passageiros que seriam afetados pela suspensão. Ainda assim, o diretor da Anac ressalta que uma companhia aérea a menos é sempre negativo.

O representante da agência também afirmou que não há previsão para que a Voepass volte a operar. A companhia precisa atender a uma série de medidas da agência regulatória para ser autorizada a voar novamente.

No mês passado, a Voepass demitiu parte do seu quadro de funcionários, incluindo funcionários da tripulação, aeroportuários e pessoas de áreas de apoio. Em nota, a companhia afirmou que as demissões fazem parte da “nova realidade da empresa” após a suspensão das operações.

Além disso, no mesmo mês, a Voepass entrou com um pedido de recuperação judicial, citando uma dívida total de R$ 429 milhões. A empresa disse ainda que a Latam era a principal responsável por sua crise financeira.

*com informações Terra

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