Dólar cai 1,5%, a R$ 5,66, após Copom, alta de DIs curtos e acordo EUA-Reino Unido 

O dólar interrompeu sequência de três altas consecutivas e fechou a quinta-feira pós-Copom em baixa firme, superior a 1%, reagindo a fatores como o avanço das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) de prazos curtos, a perspectiva de acordo comercial entre EUA e alguns de seus principais parceiros e o fluxo de recursos estrangeiros para a bolsa brasileira.

Dólar Hoje: Confira a cotação e fechamento diário do dólar comercial

Leia também

Ibovespa Futuro sobe 1% com otimismo por acordo entre Reino Unido e EUA

Atenções estarão voltadas para uma coletiva de Trump, às 11h, em que será anunciado um acordo tarifário com o Reino Unido

EUA e Reino Unido devem anunciar acordo sobre tarifas nesta quinta-feira

Trump diz que acordo comercial entre EUA e Reino Unido será abrangente

Qual a cotação do dólar hoje?

A moeda norte-americana à vista fechou em queda de 1,44%, aos R$5,6620. No ano, a divisa acumula baixa de 8,37%.

Às 17h08 na B3 o dólar para junho — atualmente o mais líquido — cedia 1,31%, aos R$5,6955.

Dólar comercial

  • Compra: R$ 5,662
  • Venda: R$ 5,662

Dólar turismo

  • Compra: R$ 5,739
  • Venda: R$ 5,919

O que aconteceu com dólar hoje?

O real operava em alta nesta sessão, refletindo o maior apetite por risco nos mercados globais após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar que anunciará ainda hoje um acordo tarifário com o Reino Unido — o primeiro desde o início de sua série de negociações comerciais com parceiros internacionais.

Trump, que concederá uma coletiva de imprensa às 11h (horário de Brasília), classificou o acordo como “completo e abrangente” e afirmou que ele “consolidará o relacionamento entre EUA e Reino Unido por muitos anos”.

A notícia reforçou o otimismo cauteloso dos mercados em relação à política comercial norte-americana. Na terça-feira, autoridades dos EUA e da China confirmaram que se reunirão neste fim de semana na Suíça com o objetivo de aliviar as tensões tarifárias.

Os mercados globais vinham sofrendo volatilidade desde 2 de abril, quando Trump anunciou um amplo pacote de tarifas — no chamado “Dia da Libertação”. Uma semana depois, o governo norte-americano concedeu uma pausa de 90 dias para a maioria das tarifas, mantendo, no entanto, as sanções sobre a China.

“O real está… refletindo o ambiente de maior otimismo e apetite por risco no mercado internacional, principalmente pela expectativa em torno da coletiva da Casa Branca sobre o acordo comercial com o Reino Unido”, afirmou Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX. “Isso tem alimentado a esperança de que as tensões comerciais comecem a se dissipar, abrindo espaço para novos acordos”, completou.

Na véspera, o mercado também reagiu à decisão do Federal Reserve, que manteve os juros inalterados e sinalizou preocupação com a inflação e o desemprego em meio às incertezas geradas pelas políticas tarifárias. Em coletiva após a reunião, o presidente do Fed, Jerome Powell, reforçou que o banco central não tem pressa em reduzir os juros novamente, preferindo aguardar os efeitos das medidas adotadas pelo governo Trump.

No cenário doméstico, os investidores também repercutiam a decisão do Banco Central brasileiro, que elevou a Selic em 0,5 ponto percentual, para 14,75% ao ano, deixando em aberto os próximos passos da política monetária. Embora sem um “forward guidance” claro, o BC indicou que manterá juros elevados por um período prolongado, diante de expectativas desancoradas, inflação persistente, atividade econômica resiliente e pressões no mercado de trabalho.

Para Mattos, esse posicionamento mais duro da autoridade monetária brasileira reforça o diferencial de juros entre o Brasil e economias desenvolvidas, como os EUA, favorecendo a valorização do real.
“O Copom sinalizou uma política mais restritiva, o que tende a manter o diferencial de juros elevado e, com isso, atrair capital estrangeiro. Essa dinâmica pode seguir pressionando o dólar para baixo”, avaliou.

No front de dados, o IBGE informou mais cedo que os preços ao produtor recuaram em março pelo segundo mês consecutivo, puxados principalmente pela queda nos preços dos alimentos.

(Com Reuters)

The post Dólar cai 1,5%, a R$ 5,66, após Copom, alta de DIs curtos e acordo EUA-Reino Unido  appeared first on InfoMoney.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.