“Ele sabe como ouvir todo mundo”: colegas e amigos descrevem como é Leão XIV

CIDADE DO VATICANO – Robert Prevost, a escolha dos cardeais católicos para atuar como líder da Igreja de 1,4 bilhão de membros, é o primeiro papa dos Estados Unidos e um relativo desconhecido no cenário global.

Com 69 anos e originário de Chicago, Prevost passou a maior parte de sua carreira como missionário no Peru e tornou-se cardeal somente em 2023. Concedeu poucas entrevistas à mídia.

Ele recebeu o nome papal de Leão 14 e sucede o papa Francisco, que liderava a Igreja desde 2013.

O reverendo Mark Francis, amigo de Prevost desde a década de 1970, disse à Reuters que o cardeal era um firme defensor do papado de seu antecessor e, especialmente, do compromisso do falecido pontífice com as questões de justiça social.

“Ele sempre foi amigável e afetuoso e permanecia sendo uma voz de bom senso e das preocupações práticas para o alcance da Igreja aos pobres”, disse Francis, que frequentou o seminário com Prevost e depois o encontrou quando ambos moraram em Roma nos anos 2000.

“Ele tem um senso de humor irônico, mas não era alguém que buscava os holofotes”, declarou Francis, que lidera a província norte-americana da ordem religiosa viatoriana.

Prevost serviu primeiro como bispo em Chiclayo, no noroeste do Peru, de 2015 a 2023, e se tornou cidadão peruano em 2015, portanto tem dupla nacionalidade.

O papa Francisco o levou a Roma naquele ano para chefiar o escritório do Vaticano encarregado de escolher quais padres deveriam servir como bispos católicos em todo o mundo, o que significa que ele participou da seleção de muitos dos bispos.

Jesús León Angeles, coordenadora de um grupo católico em Chiclayo que conhece Prevost desde 2018, o chamou de uma pessoa “muito simples” que se esforçava para ajudar os outros.

León Angeles disse que Prevost demonstrava preocupação especial com os imigrantes venezuelanos no Peru: “Ele é uma pessoa que gosta de ajudar”. Mais de 1,5 milhão de venezuelanos se mudaram para o Peru nos últimos anos, em parte para escapar da crise econômica de seu país.

Em uma entrevista de 2023 à agência de notícias do Vaticano, Prevost se concentrou na importância da evangelização para ajudar a Igreja a crescer.

“Muitas vezes estamos preocupados em ensinar a doutrina … mas corremos o risco de esquecer que nossa primeira tarefa é ensinar o que significa conhecer Jesus Cristo”, afirmou ele.

Prevost disse durante uma entrevista coletiva no Vaticano em 2023: “Nosso trabalho é ampliar a tenda e fazer com que todos saibam que são bem-vindos dentro da Igreja.”

“Ele sabe como ouvir”

Prevost nasceu em 1955 e é membro da ordem religiosa agostiniana, que inclui cerca de 2.500 padres e irmãos, opera em 50 países e tem um foco especial em uma vida de comunidade e igualdade entre seus membros.

Ele é bacharel pela Villanova University, na Filadélfia, tem mestrado pela Catholic Theological Union, em Chicago, e doutorado em direito eclesiástico pela Pontifícia Faculdade de São Tomás de Aquino, em Roma.

Prevost foi ao Peru pela primeira vez como missionário em 1985, retornando aos Estados Unidos em 1999 para assumir um papel de liderança em sua ordem religiosa.

Mais tarde, mudou-se para Roma para cumprir dois mandatos de seis anos como chefe dos agostinianos, visitando muitas das comunidades da ordem em todo o mundo. Ele é conhecido por falar inglês, espanhol, italiano, francês e português.

Ao retornar a Roma em 2023, Prevost geralmente não participava de muitos dos eventos sociais que atraem autoridades do Vaticano pela cidade.

León Angeles disse que ele é uma pessoa com habilidades de liderança, “mas ao mesmo tempo, ele sabe como ouvir. Ele tem essa virtude”.

“O cardeal tem a cortesia de pedir uma opinião, mesmo que seja da pessoa mais simples ou mais humilde”, declarou ela. “Ele sabe como ouvir todo mundo.”

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