Festa no mercado: Ibovespa dispara mais de 3% e bate recorde histórico

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), bateu sua máxima histórica no pregão desta quinta-feira (8/5), um dia depois das decisões de política monetária dos bancos centrais no Brasil e nos Estados Unidos.


O que aconteceu

  • Na pontuação máxima do dia até aqui, o indicador bateu 137.634,57 pontos.
  • Até então, a pontuação máxima da Bolsa do Brasil era de 137.469 pontos, alcançada no dia 28 de agosto de 2024.
  • Às 13h04, o Ibovespa disparava 3,11%, aos 137,5 mil pontos.
  • Mais cedo, às 12h27, o indicador avançava 2,57%, aos 136,8 mil pontos.
  • Na véspera, o Ibovespa fechou praticamente estável, em leve queda de 0,09%, aos 133,3 mil pontos.
  • Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula perdas de 1,24% em maio e ganhos de 10,9% em 2025.

Dólar

  • Às 13h05, o dólar caía 1,15%, a R$ 5,68.
  • Mais cedo, às 12h23, a moeda norte-americana recuava 1,3% e era negociada a R$ 5,672.
  • Na cotação máxima do dia até aqui, o dólar bateu R$ 5,748. A mínima é de R$ 5,661.
  • Na véspera, o dólar fechou em alta de 0,62%, cotado a R$ 5,746.
  • Com o resultado, a moeda norte-americana acumula alta de 1,21% no mês e perdas de 7,02% no ano.

Fed mantém juros inalterados

Nos EUA, na terceira reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed desde a posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, as expectativas do mercado foram confirmadas e a taxa básica de juros se manteve mais uma vez inalterada.

O colegiado anunciou a manutenção dos juros básicos no intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano. Foi a terceira reunião consecutiva na qual a autoridade monetária norte-americana mantém inalterada a taxa de juros.

Antes das três últimas reuniões, o Fed tinha levado a cabo um ciclo de três quedas consecutivas dos juros nos EUA, que começou em setembro do ano passado – o primeiro corte em cinco anos.

Desde então, o BC norte-americano sempre deixou claro que era necessário manter a cautela e analisar cuidadosamente os indicadores econômicos para tomar suas decisões de política monetária.

Em entrevista coletiva minutos depois do anúncio do Fed, o presidente do BC dos EUA, Jerome Powell, defendeu cautela da autoridade monetária em relação aos próximos passos da trajetória da taxa básica de juros no país.

“Se tivermos inflação e desemprego mais altos, veremos um atraso para chegar às metas para o ano que vem”, afirmou o presidente do Fed.

“Minha intuição diz que os riscos aumentaram e os riscos de inflação e desemprego mais altos aumentaram, mas isso ainda não se refletiu nos dados”, prosseguiu Powell. “A coisa certa a fazer é esperar mais clareza”, complementou o chefe da autoridade monetária.

Copom aumenta Selic em 0,5 ponto percentual

O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiu renovar o ciclo de altas da taxa básica de juros do país (Selic), mas em menor magnitude. A Selic subiu de 14,25% ao ano para 14,75% ao ano — maior valor da taxa em quase duas décadas.

Dessa forma, a Selic volta ao patamar que ficou vigente entre julho e agosto de 2006, fim do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). À época, a economia brasileira estava em um período de crescimento.

A decisão foi unânime, com todos os oito diretores da instituição e o presidente, Gabriel Galípolo, votando pela elevação da taxa. A nova taxa de juros, de 14,75% ao ano, ficará vigente pelos próximos 45 dias.

No comunicado em que confirmou a nova alta dos juros básicos no país, o órgão do BC afirmou que “o ambiente externo mostra-se adverso e particularmente incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente acerca de sua política comercial e de seus efeitos”.

“A política comercial alimenta incertezas sobre a economia global, notadamente acerca da magnitude da desaceleração econômica e sobre o efeito heterogêneo no cenário inflacionário entre os países, com repercussões relevantes sobre a condução da política monetária”, diz o Copom no comunicado.

“Além disso, o comportamento e a volatilidade de diferentes classes de ativos também têm sido afetados, com fortes reflexos nas condições financeiras globais. Tal cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes em ambiente de maior tensão geopolítica”, prossegue a autoridade monetária.

“Para a próxima reunião, o cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação”, emenda o Copom, evitando antecipar a trajetória futura da Selic.

“O Comitê se manterá vigilante e a calibragem do aperto monetário apropriado seguirá guiada pelo objetivo de trazer a inflação à meta no horizonte relevante e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, diz o comunicado.

Acordo comercial entre EUA e Reino Unido

Outro fato econômico relevante acompanhado com lupa pelo mercado é o acordo comercial anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o Reino Unido, parceiro histórico dos norte-americanos. O acerto formal deve ser sacramentado nas próximas horas.

Em mensagem publicada em sua rede social, a Truth Social, Trump classificou o acordo com os britânicos como “completo e abrangente”.

“O acordo com o Reino Unido é completo e abrangente e consolidará o relacionamento entre os EUA e o Reino Unido por muitos anos”, escreveu o presidente norte-americano.

“Devido à nossa longa história e lealdade mútua, é uma grande honra ter o Reino Unido como nosso primeiro anúncio. Muitos outros acordos, que estão em estágios avançados de negociação, virão!”, completou Trump.

O acordo deve ser inicialmente limitado, com o Reino Unido assegurando tarifas comerciais mais baixas sobre automóveis e aço – os dois setores mais atingidos pelas taxas.

No início de abril, Donald Trump anunciou que os EUA imporiam uma tarifa de 10% sobre os produtos importados da maioria dos países, entre os quais o Reino Unido.

Também foram aplicadas tarifas de 25% sobre a indústria automotiva, o aço e ao alumínio, além de 25% sobre Canadá e México e 145% sobre a China. Autoridades comerciais norte-americanas e chinesas devem se reunir no próximo sábado (10/5).

Emprego nos EUA e juros no Reino Unido

Além das repercussões sobre as taxas de juros no Brasil e nos EUA, os investidores acompanham nesta quinta-feira dados econômicos norte-americanos e também a decisão de política monetária no Reino Unido.

O Departamento do Trabalho dos EUA divulgou os novos números dos pedidos de seguro-desemprego no país, referentes à semana até o dia 3 de maio, que ficaram em 228 mil. Na semana anterior, foram 241 mil solicitações. A estimativa do mercado era que fossem apresentados 231 mil novos pedidos.

No Reino Unido, o Banco Central da Inglaterra (BoE) anunciou sua decisão sobre a taxa de juros. Em decisão esperada pelo mercado, houve um corte de 0,25 ponto percentual, de 4,5% para 4,25%.

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