IBGE: 1% dos mais ricos recebe 36 vezes mais do que os 40% mais pobres

O grupo dos 1% dos mais ricos do Brasil tem uma renda média mensal 36,2 vezes maior que os 40% com menores rendimentos, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta quinta-feira (8/5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação aos 10% mais ricos, a diferença foi 13,4 vezes maior.

O rendimento mensal real domiciliar per capita é a média da renda mensal — em valores corrigidos pela inflação — de todos os moradores de  um determinado domicílio, dividida pelo número total de pessoas que vivem no local.

No ano passado, o rendimento médio mensal real do 1% mais rico foi de R$ 21.767, o que representa um aumento de 0,9% em relação ao valor computado em 2023 (R$ 21.579).

Enquanto para os 40% mais pobres a cifra atingiu a máxima histórica, desde 2012. A renda média do grupo chegou a R$ 601, contra os R$ 550 registrados no exercício anterior, o equivalente a uma alta de 9,3%.

De acordo com o IBGE, os fatores que podem explicar tal crescimento são: o dinamismo do mercado de trabalho nos últimos anos, com a elevação do nível de ocupação e salários, e o recebimento de benefícios de diferentes programas sociais do governo.

Contudo, o rendimento médio da população mais pobre cresceu mais na passagem de 2023 para 2024 do que o dos considerados mais ricos. Além disso, teve uma expansão bem maior que a média nacional, que foi de 4,7%.

Confira o rendimento médio mensal real domiciliar per capita em 2024:

  • Entre os 5% mais pobres: R$ 154, alta de 17,6% em relação a 2023 (R$ 131)
  • Entre os 5% e 10% mais pobres: R$ 341, alta de 11,1% em relação a 2023 (R$ 307)
  • Entre os 10% e 20% mais pobres: R$ 516, alta de 10% em relação a 2023 (R$ 469)
  • Entre os 20% e 30% mais pobres: R$ 716, alta de 8,3% em relação a 2023 (R$ 661)
  • Entre os 30% e 40% mais pobres: R$ 925, alta de 8,8% em relação a 2023 (R$ 850)
  • Entre os 10% e 5% mais ricos: R$ 4.927, alta de 3,8% em relação a 2023 (R$ 4.746)
  • Entre os 5% e 2% mais ricos: R$ 8.475, alta de 0,2% em relação a 2023 (R$ 8.457)
  • Entre o 1% mais rico: R$ 21.767, alta de 0,9% em relação a 2023 (R$ 21.579)

Os 10% da população mais ricos (R$ 8.034) recebiam o equivalente a 13,4 vezes o rendimento dos 40% da população com os menores rendimentos. Apesar da enorme desigualdade, essa foi a menor variação desde 2012.

No ano passado, a renda domiciliar do país também firmou o maior valor da série, de R$ 2.020 — uma alta de 4,7% em comparação a 2023 (R$ 1.929). Em relação a 2012 (R$ 1.696), ano inicial da série, a elevação foi de 19,1%.

Rendimento em 2024

Em 2024, a massa de rendimento mensal domiciliar per capita chegou a R$ 438,3 bilhões, maior valor da série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012. Em relação a 2023 (R$ 415,7 bilhões), a cifra subiu 5,4%.

A desigualdade social, medida pelo índice de Gini — indicador que mensura a concentração de renda, com intervalo de variação de 0 (máxima igualdade) a 1 (máxima desigualdade) — atingiu o menor valor da série, de 0,506, após dois anos apresentando estabilidade.

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