Morador de Novo Hamburgo suspeito de planejar atentado no show de Lady Gaga passa por audiência de custódia

O morador de Novo Hamburgo suspeito de planejar um ataque a bomba durante o show de Lady Gaga, que reuniu mais de 2 milhões de pessoas no último sábado (3) na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, passou por audiência de custódia no Núcleo de Gestão Estratégica do Sistema Prisional (Nugesp), em Porto Alegre. 

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Morador de Novo Hamburgo suspeito de planejar atentado no show de Lady Gaga passa por audiência de custódia

Foto: Ascom SJSPS

Conforme o Tribunal de Justiça do Estado (TJRS), a audiência, realizada pelo juiz de Direito André Dal Soglio Coelho na tarde de quarta-feira (7), teve como objetivo verificar se a prisão seguiu os trâmites legais, bem como se não houve violência ou abuso por parte dos agentes que a realizaram.

A prisão preventiva do suspeito, por porte ilegal de armas de fogo (uma delas com numeração raspada/apagada) e munições, foi decretada no domingo (4) pela Justiça. 

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A investigação do suposto atentado está a cargo da Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro, que, em operação conjunta com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, identificou um grupo que disseminava discurso de ódio e preparava um plano, principalmente contra crianças, adolescentes e o público LGBTQIA+, recrutando participantes para promover ataques integrados com uso de explosivos improvisados e coquetéis molotov durante o show da cantora.

O que se sabe até agora sobre o caso

No domingo, a Polícia Civil do Rio de Janeiro revelou ter descoberto um plano de ataque a bomba durante o show da cantora Lady Gaga.

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Para impedir o atentado, a operação Fake Monster foi deflagrada em diversos estados brasileiros, incluindo o Rio Grande do Sul. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos municípios de São Sebastião do Caí e Novo Hamburgo.

Durante o cumprimento de um mandado no bairro Santo Afonso, em Novo Hamburgo, agentes da Polícia Civil gaúcha encontraram três armas de fogo na casa de um dos investigados. O hamburguense foi apontado como o líder do plano.

Como as armas apreendidas estavam “frias” (sem registro ou com registro vencido), o investigado foi preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo. No entanto, foi liberado no mesmo dia após pagar fiança de R$ 1.518, equivalente ao valor do salário mínimo.

Na audiência de custódia, realizada ainda no domingo, a juíza Fabiana Pagel decretou a prisão preventiva do homem por entender que ele representava risco à ordem pública, considerando o contexto da acusação: liderança de grupo extremista e posse de três armas de fogo.

Na segunda-feira, agentes da 1ª Delegacia de Polícia de Novo Hamburgo cumpriram o mandado de prisão preventiva. Desde então, ele está detido no Nugesp, considerado um presídio temporário.

Na noite de terça-feira (6), familiares do investigado se mobilizaram em frente à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Novo Hamburgo pedindo justiça. Com cartazes e gritos, afirmaram que Luis Fabiano da Silva, de 49 anos, é inocente. Foram os próprios familiares que revelaram o nome do homem, que trabalha como vigilante de escolta armada.

Já nesta quarta-feira (7), o jornal O Globo publicou uma reportagem afirmando que Silva teria sido deportado dos Estados Unidos após viver por 27 anos de forma clandestina no país. O pai e a esposa dele negam a informação. Eles também apresentaram explicações sobre a origem das armas apreendidas.

“Ele tinha uma arma (a pistola) para defesa pessoal, que ficava em casa. O Fabiano tem registro dessa arma, é legalizada, mas o porte venceu e ele não renovou porque estamos passando por dificuldades financeiras”, relatou Franciele Silva, 36 anos, esposa do vigilante há 13 anos.

Segundo a família, as outras duas armas são heranças. Uma delas — o revólver calibre 38 — foi recebida recentemente de uma tia, após a morte de um tio. “O revólver, o 38, era do meu irmão Arlindo da Silva, que faleceu logo depois da enchente (de maio de 2024), e minha cunhada deu para o Fabiano de presente. Ele trouxe para casa e tinha a intenção de registrar ela. E aquela pistolinha pequenininha (calibre 22) foi o meu sobrinho quem trouxe depois que meu cunhado e minha irmã faleceram”, detalha o aposentado Florentino da Silva, 82 anos, pai do vigilante.

(*) Colaborou: Isaías Rheinheimer

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