Quem foi o primeiro papa com o nome Leão, considerado ‘doutor da Igreja’ e ‘magno’

Robert Francis Prevost, cardeal norte-americano recém-eleito papa, escolheu ser nomeado como Leão XIV. A escolha indica a personalidade e os objetivos do novo pontífice. Seu antecessor, o papa Francisco, por exemplo, escolheu homenagear São Francisco de Assis, ligado à simplicidade dos pobres e à paz.

O primeiro pontífice a escolher o nome Leão foi um importante papa para o catolicismo, considerado “doutor da Igreja” pelo seu alto nível de conhecimento da doutrina cristã e pregação. Também é conhecido um promotor da paz em um período de guerra na península italiana.

Quadro do papa Leão I, de Francisco de Herrera el Mozo, Museu do Prado, Madri, Espanha (Wikimedia Commons)

De origem italiana e eleito em 440, Leão I foi o 45º papa da Igreja Católica e teve um papado memorável ao ponto de ser o primeiro sucessor de Pedro a receber o título de “Magno” (o Grande, em tradução livre) – o outro foi Gregório Magno.

“Sustentador e promotor da Primazia de Roma, o ‘Pontífice Magno’ deixou para a história quase 100 sermões e cerca de 150 cartas, nos quais demonstra ser teólogo e pastor, zeloso com a comunhão entre as várias Igrejas, sem jamais esquecer as necessidades dos fiéis”, diz o Vatican News sobre Leão I.

Ele teria incentivado obras de caridade em uma Roma “dominada pela escassez, pobreza, injustiças e superstições pagãs”. Além disso, guiou uma delegação de Roma para se encontrar com Átila, líder dos Hunos, e o dissuadiu a continuar a guerra de invasão da península italiana no ano de 452.

“A lenda – retomada depois por Raphael, nos afrescos das ‘Salas do Vaticano’ – narra que o líder dos hunos se retirou após ter visto aparecer, atrás de Leão, os Apóstolos Pedro e Paulo, armados de espadas”, afirma o Vatican News.

Encontro de Leão e Átila. 1640. Escultura de Alessandro Algardi na Basílica de São Pedro (Wikimedia Commons)

Em 455, também deteve os Vândalos da África, guiados pelo rei Genserico, de acabarem completamente com Roma. “Graças à sua intervenção, a cidade foi saqueada, mas não incendiada. Permaneceram intactas as Basílicas de São Pedro, de São Paulo, fora dos Muros, e de São João em Latrão, nas quais a população encontrou abrigo e se salvou.”

Foi Leão I ainda quem inspirou o Concílio Ecumênico de Calcedônia – atual Kadiköy, na Turquia -, que reconheceu e afirmou a unidade de duas naturezas em Cristo: humana e divina.

“A intervenção de Leão no Concílio foi feita através de um texto doutrinal fundamental: o ‘Tomo de Leão’ contra Flaviano, bispo de Constantinopla. O documento foi lido publicamente aos 350 padres conciliares, que o acolheram por aclamação, afirmando: ‘Pedro falou pela boca de Leão, que ensinou segundo a piedade e a verdade’.”

Alguns historiadores indicam que Leão I foi o primeiro papa a ser sepultado na Basílica Vaticana. Suas relíquias são conservadas na Capela de Nossa Senhora do Pilar, na Basílica de São Pedro.

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