Trump quer reabrir prisão de Alcatraz e ameaça ponto turístico histórico dos EUA

Donald Trump, presidente dos EUA (Divulgação/Library of Congress)

Donald Trump voltou a causar polêmica ao anunciar, em publicação no Truth Social, que deseja reabrir a antiga prisão de Alcatraz, localizada na baía de São Francisco, na Califórnia. O ex-presidente declarou que quer transformar a ilha novamente em uma penitenciária de segurança máxima para abrigar os “criminosos mais violentos da América”. “Reconstrua e reabra Alcatraz!”, escreveu no último domingo (4).

A proposta, que ainda não tem detalhes concretos, foi direcionada ao Departamento de Justiça, ao Bureau de Prisões e ao Departamento de Segurança Interna. Para Trump, o retorno da prisão teria um forte valor simbólico na política de “lei e ordem” que defende. A decisão gerou reações imediatas entre historiadores, autoridades locais e especialistas em justiça criminal.

Alcatraz funcionou como prisão federal entre 1934 e 1963 e ficou conhecida por abrigar nomes como Al Capone e Whitey Bulger. Foi desativada por causa dos altos custos operacionais e da deterioração de sua estrutura. Em 1972, a ilha foi transformada em parque nacional e passou a receber turistas do mundo todo.

Hoje, Alcatraz é uma das atrações mais populares de São Francisco, recebendo cerca de 1,5 milhão de visitantes por ano e gerando mais de US$ 60 milhões em receita para o Serviço Nacional de Parques. O passeio inclui visitas às antigas celas, trilhas pela ilha e vistas impressionantes da cidade. Muitos consideram o local um marco da preservação histórica e educativa dos Estados Unidos.

Especialistas alertam que reativar a prisão seria extremamente caro, exigiria reformas profundas e colocaria em risco a atividade turística da região. Além disso, o projeto pode esbarrar em leis ambientais e de preservação do patrimônio. Para críticos, a proposta de Trump tem mais apelo político do que viabilidade prática — e pode acabar enterrando parte da memória que Alcatraz representa.