União não anistiou dívidas do Rio Grande do Sul após enchentes, reclama Leite

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, está no segundo mandato e administra um dos estados mais endividados do Brasil. O governo dele fez reformas para enxugar despesas, mas, mesmo assim, o estado ainda tem uma dívida de mais de R$ 100 bilhões com a União.

O governador aposta nos resultados da gestão, que também enfrentou uma das maiores calamidades climáticas do ano passado, para se colocar como pré-candidato à Presidência da República.

O desafio de gerir a dívida do Rio Grande do Sul foi um dos temas do InfoMoney Entrevista com o governador. “Quando assumi, o estado estava com uma liminar, sem pagar a dívida e, mesmo assim, atrasando pagamentos, salários, hospitais e tudo mais” afirmou.

Segundo Leite, o governo dele reduziu de 80% a despesa total com a folha de pagamento sobre a receita corrente líquida para 60% e estava aumentando o pagamento para a União antes da enchente.  

O governador reclamou na entrevista que a União não anistiou esse valor — que será pago — embora tenha aberto mão dos juros. “O Estado vai pagar, com a correção da inflação, este valor que hoje está sendo investido nas ações de reconstrução”, disse. Mas Leite insiste que esta não foi uma solução ideal.

Além do Rio Grande do Sul, o Brasil tem outros três estados que respondem por 70% da dívida para com a União: São Paulo – com maior valor nominal – Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Segundo o governador, agora, a União sancionou o Propag – um novo programa de pagamento das dívidas -, que ameniza, mas não resolve o problema. “Ao invés de pagarmos R$ 10 bilhões, lá em 2031, como pagaríamos no formato atual do contrato, vamos pagar 7 bilhões”, exemplifica.

A boa notícia, de acordo com Leite, é que o estado está se recuperando fortemente. “No ano passado, o Rio Grande do Sul cresceu 4,9%, mais do que o crescimento do Brasil, apesar das enchentes. E, nos três primeiros meses deste ano, fomos o terceiro estado em geração de empregos no Brasil”, acrescentou o governador.

Leite disse estar confiante no futuro do estado, que está no rumo cero, mesmo com os desafio. “Tem toda uma agenda de reforma da máquina pública”, afirma. Leite cita nessa agenda privatizações, concessões de estradas, de parques e de escolas à iniciativa privada para aumentar o investimento privado no Rio Grande do Sul.

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