Urucum de Paranacity conquista selo de Indicação Geográfica por Procedência

Imagens de URUCUM
O fruto urucum, segundo INPI, também é conhecido como colorau. Foto: Divulgação | ASN/PR

O urucum cultivado em Paranacity e Cruzeiro do Sul, no Paraná, conquistou recentemente a primeira Indicação Geográfica (IG) de Procedência (IP) do Brasil para esse tipo de fruto. 

O selo, concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), reconhece a qualidade única do produto e chancela a marca como “urucum de Paranacity”.

O fruto tem alto teor de bixina – um carotenoide responsável pela coloração avermelhada do fruto -, e um manejo diferenciado, resultado da experiência acumulada por décadas pelos produtores locais.

Enquanto o urucum comum têm cerca de 3% de bixina (o pigmento), o urucum de Paranacity atinge mais de 5%.

O produto é utilizado em indústrias têxteis, cosméticas, farmacológicas, alimentícias e como condimento – nas cozinhas dos lares, segundo o INPI, também é conhecido como “colorau” ou “colorífico” e utilizado para dar cor a variados pratos.

Com o selo de Indicação de Procedência (IP), os produtores ganham visibilidade nacional e até internacional, abrem portas para novos mercados e agregam mais valor ao que já produzem com excelência.

A produção média, que chegou a 1,2 mil quilos por hectare na última safra, tem grande potencial de valorização.

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Plantação de Urucum
Fruto é cultivado há cerca de meio século na região. Fotos: Adriano Oltramari | ASN/PR.

Tradição de décadas no campo

A produção local do fruto data do fim da década de 1970 ao início dos anos 1980.

Os municípios são tradicionalmente conhecidos pelo cultivo do urucum e, aliás, são os maiores produtores do Paraná, concentrando 600 hectares de urucuzeiros – originários da região amazônica. 

Em anos de bons preços, o quilo pode atingir R$ 22, e com a IG, a expectativa é de alta ainda maior, além da abertura de possibilidades para exportação direta.

Pioneiro na produção, João Trindade Lopes plantou o primeiro pé de urucum no município em 1981. A família tem 51 alqueires dedicados à produção do fruto, enviada para São Paulo e para alguns estados do Nordeste.

Para o neto do pioneiro, Victor Salvadego Lopes, a IG ajudará a agregar valor ao produto.

“Meu avô conta que ninguém sabia como cultivar quando ele começou. Fez mudas, usou muita mão de obra e, com o passar dos anos, estabeleceu a cultura que se disseminou na região. Com a IG, esperamos atrair novos compradores”, comenta Victor Lopes.

Paraná se destaca em produtos com selo de origem

Com a nova conquista, o Paraná soma 17 produtos reconhecidos por Indicação Geográfica. Entre eles, estão o mel de Ortigueira, os queijos de Witmarsum, o morango do Norte Pioneiro e a bala de banana de Antonina.

Além desses 17 reconhecidos, há ainda uma Indicação Geográfica concedida a Santa Catarina, que envolve também municípios do Paraná e do Rio Grande do Sul: o mel de melato da bracatinga do Planalto Sul do Brasil.

A valorização das IGs reforça a importância de preservar tradições regionais e estimular práticas agrícolas sustentáveis, que fortalecem a economia rural e geram oportunidades para milhares de famílias no campo.

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