Moradora de Gramado é exemplo de que em coração de mãe sempre cabe mais um

Você já ouviu aquele ditado popular que diz que “em coração de mãe, sempre cabe mais um”, não é mesmo? A força, doação e dedicação dessas mulheres é prova de um amor incondicional. Esse título de mãe dedicado a elas, e que será comemorado no do domingo, dia 11, vale para os filhos de sangue e os do coração.

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Família Ferreira integra o programa Família Acolhedora de Gramado



Família Ferreira integra o programa Família Acolhedora de Gramado

Foto: Mônica Pereira/GES-ESPECIAL

Esse é o exemplo da Mirian Ferreira, de 38 anos, mãe do João Vitor, de 14 anos, e do Mikael, de 10. Junto com o marido Jeferson, eles fazem parte do programa Família Acolhedora. Há pouco mais de um ano e meio, abriram a casa e o coração para outras duas crianças.

Em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e pelos casos ainda tramitarem de forma judicial, a reportagem vai omitir os verdadeiros nomes. Aqui, vamos chamá- -los de Amanda, de 8 anos, e Miguel, de 3.

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Os pequenos chegaram na vida da família em agosto de 2023. Uma das prerrogativas era que os dois – que são irmãos – fossem acolhidos juntos. Mirian e Jeferson encararam o desafio. Alguns meses depois também chegou uma irmã paterna do Miguel. Ela ficou por algum tempo, mas acabou precisando de um acompanhamento médico mais próximo e deixou a casa.

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Os momentos de dificuldade e de adaptação foram sendo superados aos poucos e, hoje, dão lugar ao sentimento mais puro: o amor.

“A gente faz o nosso melhor”

Família Ferreira integra o programa Família Acolhedora de Gramado



Família Ferreira integra o programa Família Acolhedora de Gramado

Foto: Mônica Pereira/GES-ESPECIAL

Mirian conta que a ideia de se inscrever no programa foi do Jeferson. Eles ficaram sabendo sobre o projeto na igreja que frequentam. O receio de Mirian pelas responsabilidades foi embora quando viu as crianças pela primeira vez. “Não é fácil você lidar com outras vidas. Ainda mais que elas podem chegar com traumas e a gente precisa ajudar a superar”, reflete.

Agora, percebe que recebeu muito mais do que proporcionou. “Não é a gente que acolhe, eles que nos acolhem. Porque por tudo que eles passaram, ainda conseguem dar a oportunidade de uma pessoa entrar na vida deles e confiar”, pondera. E disso ela sabe bem.

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Natural de Santana do Livramento, na fronteira com o Uruguai, Mirian saiu de casa aos 11 anos e foi acolhida por uma nova família. O aprendizado que teve e a experiência fizeram com ela também tivesse o desejo de proporcionar isso a outras crianças.

“A gente faz o nosso melhor por eles. Mesmo sabendo que eles irão embora depois, o que nos conforta é que fizemos a nossa parte e que possam levar para a vida os ensinamentos, os bons momentos”, argumenta, ao falar que não gosta de pensar em como será a despedida. “É uma sementinha do bem que foi plantada neles e a gente espera que consiga germinar e gerar bons frutos”, acrescenta.

Álbum de memórias

Assim como com os filhos João Vitor e Mikael, a família faz um álbum de memórias para a Amanda e o Miguel. Viagens à praia, visitas em parques temáticos da região. “Registros para que eles saibam que foram muito amados por nós”, reitera Mirian. Este será o segundo dia das mães com a família completa.

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A tradição do churrasco em casa será mantida e o dia é para criar novos bons momentos e registros felizes. “É a gente amar e dar carinho não só para os nossos filhos, mas para outras crianças que também precisam dessa atenção. Em coração de mãe, sempre cabe mais um. É uma satisfação ver eles crescendo, superando as dificuldades. É muito bom vivenciar isso com eles”, acentua.

E Mirian sabe que educar não é fácil. “Mas a gente aprende muito com eles. Por tudo o que eles carregam, conseguem nos transmitir esse carinho. O amor cura tudo”, assegura, reforçando a preocupação com o futuro dos quatro jovens que está formando.

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“A gente está sempre se analisando, perguntando se está sendo uma boa mãe, se está fazendo um bom papel. Mas aí olhamos o progressos de cada um deles, as conquistas de cada um. Para mim, é o que torna a vida de mãe mais fácil e gratificante”, afirma.

Como participar

Em Gramado, o programa Família Acolhedora é coordenado pela Secretaria de Cidadania e Assistência Social, tendo como responsáveis diretas a assistente social Ana Cláudia Piassa e pela psicóloga Camila Wesbter.

No município, sete crianças e adolescentes já foram acolhidos e há dez famílias habilitadas. Nesses lares, voluntários cadastrados recebem temporariamente menores afastados de seus responsáveis por motivos de risco, negligência ou abandono.

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A alternativa busca evitar que esses jovens fiquem em abrigos, proporcionando um ambiente familiar até que a criança possa retornar à família de origem ou ser encaminhada para adoção.

Interessados em saber mais sobre o programa podem entrar em contato pelo telefone (54) 9 9979-3845. 

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