Dor, fé e fôlego: mãe perde filho e vira inspiração através da corrida

Neste domingo (11) de Dia das Mães, a história de Marly Souza se impõe como um retrato de resiliência. Nascida em Cachoeiro, ela viu sua vida desmoronar quando perdeu seu filho de apenas oito anos, vítima de um acidente de bicicleta.

A tragédia aconteceu no bairro Amaral, em Cachoeiro de Itapemirim, quando a criança desceu um morro de bicicleta e acabou caindo de uma altura de 17 metros. Ele sofreu hemorragia interna e quebrou o pescoço durante o acidente.

Nos dias seguintes à morte do filho, Marly se afundou em um luto profundo. “Na primeira semana, eu fiquei deprimida, só de cama, só deitada”, frisou.

Foi então que, orientada por um médico, começou a caminhar. Sem saber, dava os primeiros passos rumo a sua própria reconstrução. Assim, dois meses depois da perda, Marly começou a caminhar na Avenida Beira Rio, quando encontrou um amigo, que lhe chamou para ir em uma corrida.

Primeira corrida

A primeira vez de Marly correndo foi na Volta Internacional da Pampulha, em Belo Horizonte, onde percorreu incríveis 16 km, logo em sua primeira corrida. “Nunca havia corrido na vida. Quando cheguei lá, encontrei um grupo, que correu comigo durante o percurso, enquanto eu estava chorando. Encontrei amigos, pessoas que me apoiaram, me abraçaram, me convidaram para corridas e, terminaram caminhando comigo praticamente os 16 km. Hoje, sou muito grata à equipe que estou correndo”, ressaltou a corredora.

Marly - Dia das Mães
Foto: Divulgação

O que era dor virou movimento. Marly não parou mais. Desde então, soma 16 maratonas, mais de 50 meias-maratonas e cinco ultramaratonas, a maior delas com 107 quilômetros. A corrida, segundo ela, foi mais do que terapia. Foi milagre.

Foto: Divulgação

“Eu ainda tomo antidepressivo, mas bem menos do que tomava antes, só vivia dopada. A corrida me deu amigos, me mostrou que a vida não é só feita de remédio”, afirma Marly.

A filha de Marly, Jhennifer Souza Lourenço, de 23 anos, também pratica o esporte e, segundo a mãe, está se preparando para a Maratona Internacional de Porto Alegre no momento.

Corrida que salva vidas

Como passou por uma grande perda, que ocasionou situações difíceis em sua vida, Marly frequentemente incentiva outras pessoas a praticar a corrida de rua. “Todo mundo que eu vejo, que perdeu um filho, que está com depressão ou nas drogas, eu convido para correr, e vou sempre estar apoiando. Se precisarem de ajuda no começo, vou estar sempre à disposição.”

Marly - Dia das Mães
Foto: Divulgação

Marly não esconde que queria ter vivido outro milagre: o da vida de seu filho. Contudo, reconhece que influencia muitas pessoas positivamente. “Eu sou um milagre na vida de muita gente, porque através de mim, muitas pessoas começam a correr e praticar o esporte”. Talvez, neste Dia das Mães, nenhuma frase resuma melhor o que ela representa.

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