Conib acusa Lula de antissemitismo após fala sobre guerra em Gaza

A Confederação Israelita do Brasil (Conib) divulgou uma nota, nesse domingo (11/5), acusando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de declarações antissemitas sobre o conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

A entidade salientou que “acusar judeus de matar crianças é uma das formas mais antigas e deploráveis de antissemitismo” e considerou como “lamentável e perturbador” o posicionamento de Lula na promoção do libelo antissemita pelo mundo.

“O Brasil é um país onde a comunidade judaica vive em paz e segurança, mas o presidente Lula, com suas falas antissemitas, parece querer criar problemas para a nossa comunidade ao promover o antissemitismo entre seus apoiadores, numa atitude irresponsável e destrutiva”, escreveu a entidade, em nota.

Segundo o Conib, “o que falta nas falas do presidente Lula sobre o conflito é uma verdade: o Hamas iniciou essa guerra terrível e se esconde atrás da população civil e de reféns israelenses para promover sua visão, aí sim genocida, de exterminar Israel e judeus”.

A resposta da confederação a Lula remete a uma declaração do presidente em agenda internacional em Moscou, na Rússia, no fim de semana. Após visita ao presidente Vladimir Putin, Lula conversou com jornalistas e disse que, “na Faixa de Gaza, dois Estados estão em guerra”.

“Na Faixa de Gaza, é um genocídio de um exército muito bem preparado contra mulheres e crianças, a pretexto de matar terroristas. Já houve caso de explodir hospital, e não tinha um terrorista, só tinha mulher e criança”, afirmou Lula, no sábado (10/5).

Críticas

No início de março, Lula também criticou a postura de Israel em relação a um cessar-fogo com o Hamas. Na ocasião, o petista afirmou que os israelenses têm cometido “violações” ao acordo vigente naquela época.

A declaração do governo brasileiro, divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores, veio após a Reunião do Mecanismo de Consultas Políticas Bilaterais Brasil-Palestina. O encontro contou com a participação da secretária-geral do Itamaraty, embaixadora Maria Laura da Rocha, e da vice-chanceler do Estado da Palestina, Varsen Aghabekian Shahin.

Outra situação que evidenciou o posicionamento crítico do governo brasileiro em relação a Israel ocorreu em setembro do ano passado, quando Lula afirmou que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu estaria promovendo ações que ele considerava equivalentes a “genocídio”.

“Condeno de forma veemente esse comportamento do governo de Israel e eu tenho certeza que a maioria do povo não concorda com esse genocídio. A humanidade não pode conviver e aceitar com normalidade o que está acontecendo em Israel, na Faixa de Gaza, no Líbano e na Cisjordânia ocupada”, disse Lula, que, em março do ano passado, também classificou os ataques como genocídio.

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