Ford Ranger Black tem preço de Ram Rampage e é muito melhor que outras caminhonetes médias | Avaliação 

Se ainda não ficou claro que a Ford Ranger é a melhor caminhonete média à venda no segmento, basta fazer um test-drive que a comprovação vem. Contudo, mesmo com essa força gigante que ela tem, a Ford criou a Ranger Black para atrair clientes de Fiat Toro e Ram Rampage.

A ideia é bem interessante, afinal você tem uma caminhonete média pelo valor de uma intermediária. Ainda por cima, com o modelo que já se tornou referência na categoria. Aliás, só não líder porque a fama da Toyota Hilux é inabalável. Então, por R$ 238.900, levar a Ford Ranger Black para casa é um acerto total? Depende…

Não é o que parece

Debaixo do capô da Ford Ranger Black reside o motor 2.0 quatro cilindros turbo diesel de 170 cv e 41,3 kgfm de torque. Se não fosse pela Nissan Frontier com câmbio manual e apenas um turbo, estaríamos falando da caminhonete diesel menos potente do Brasil. 

motor 2.0 turbo ford ranger black
Ford Ranger Black [Auto+ / João Brigato]

São exigidos 12 segundos para chegar aos 100 km/h, sendo que o conjunto é gerenciado por uma transmissão automática de seis marchas. E vale lembrar que a tração, na Ranger Black, é feita somente nas rodas traseiras. Só que não se deixe enganar pelos números pessimistas, na prática é bem diferente.

A Ranger Black não é um canhão para andar, mas é suficientemente rápida. As retomadas são até que ágeis para o uso no dia-a-dia, mesmo na estrada. Claro que, quando você pisa fundo para fazer uma ultrapassagem perigosa, talvez tenha que planejar melhor.

Ford Ranger Black branca de traseira
Ford Ranger Black [Auto+ / João Brigato]

Só que para o uso comum, não falta potência, muito menos torque. Por conta da construção refinada, inclusive, a Black gosta de andar rápido. Em altas velocidades, ao contrário de várias rivais, ela se mantém estável e sólida, transmitindo segurança. Território da Volkswagen Amarok, confesso.

Acertos finos

Essa solidez de rodagem é algo que chama muita atenção na Ford Ranger em comparação a outras rivais diretas. Ela pula pouco, chacoalha quase nada e resiste a buracos e valetas como se não existissem. No final das contas, é um carro que prova que não é preciso suspensão rígida para ser parruda.

Ford Ranger Black branca de lado
Ford Ranger Black [Auto+ / João Brigato]

A direção é elétrica, com boa calibragem que privilegia uma tocada mais europeia, típica dos carros da Ford. O que isso quer dizer? Que ela é mais responsiva, direta e na mão. Não tem um excesso de assistência que a deixa molenga ou insegura, muito pelo contrário.

A transmissão automática de seis marchas, remanescente da geração anterior, trabalha bem com o motor 2.0 turbo diesel. As trocas são feitas no momento certo e o câmbio não trabalha com forte delay, como parece estar se tornando uma prática comum no mercado automotivo.

câmbio automático de seis marchas da ford ranger black
Ford Ranger Black [Auto+ / João Brigato]

Vale destacar que essa versão, por ser a de entrada da Ford Ranger, não conta com nenhum sistema de auxílio à condução. Foi o sacrifício feito pela marca do oval azul para posicionar a Black em R$ 238.900 e competir diretamente com Ram Rampage e Fiat Toro, mas também indiretamente roubando alguns clientes da irmã Maverick.

Por falar em itens de série

Sendo a versão de entrada da Ford Ranger, a Black vem bem equipada, surpreendentemente. Contudo, tem vários itens faltantes que deixam claro que essa caminhonete é a versão mais barata. Por exemplo, a chave, que é canivete e não há partida por botão. O ar-condicionado é digital, mas sem função auto.

Ford Ranger Black branca de traseira
Ford Ranger Black [Auto+ / João Brigato]

A lista de equipamentos contempla painel de instrumentos totalmente digital, central multimidia com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, carregador de celular por indução, farol de LED com acendimento automático, retrovisor elétrico, luz de neblina dianteira, vidros elétricos nas quatro portas com função um toque.

A Ranger Black ainda conta com seletor de modo de condução, assistente de partida em rampa, controle de tração e estabilidade, seis airbags, sensor e câmera de ré, volante com ajuste de altura e profundidade, além de bancos revestidos em material sintético e tecido. 

Ford Ranger Black de frente mostrando em destaque os faróis full-LED, as rodas de liga-leve cinza e a grade frontal escura
Ford Ranger Black [Auto+ / João Brigato]

Questão de valor agregado

O charme maior da Ford Ranger Black é ser uma versão de entrada que não tem cara de barata. Para isso, a marca equipou a caminhonete com rodas de liga-leve de 18 polegadas pintadas em cinza, mesma coloração usada na grade frontal e nos retrovisores. Além disso, há o santantônio da versão Limited, também em cinza.

Por dentro, o volante e os bancos são revestidos em material sintético que tenta imitar couro, mas está bem longe disso. No volante, o aspecto de plástico incomoda pela qualidade discutível. Já o banco, mistura corino de sofá de loja de móveis de baixo custo com um tecido 3D de toque macio e interessante.

cabine ford ranger black
Ford Ranger Black [Auto+ / João Brigato]

As saídas de ar e detalhes internos usam o mesmo tom de cinza lá de fora, mantendo a sobriedade com os tons de preto. Além disso, o teto interno da versão Black da Ford Ranger é do mesmo tom que seu nome. Os plásticos usados são de qualidade e têm boa montagem, mas o destaque maior é a ergonomia.

A Ford soube trabalhar bem ao deixar todos os comandos da Ranger próximos à mão. Tudo fica em um local de fácil alcance e usado de maneira intuitiva. Até mesmo o ar-condicionado, que poderia ser controlado pela central multimídia, conta com comandos físicos para ajudar na usabilidade.

Ponto do espaço

A cabine da Ford Ranger Black é suficiente para ela. Não tem espaço sobrando, mas não é apertada e trata a turma da segunda fileira com um pouco mais de dignidade. O encosto traseiro é mais inclinado que a maioria, além de haver mais área para as pernas que a média.

Ela carrega 1.250 litros com 1.031 kg de capacidade na caçamba. A tampa é bem leve para abrir e fechar, mas despenca com tudo ao ser aberta. Destaque para a presença de um degrau na lateral da caçamba para facilitar a entrada no espaço. Pena que a capota marítima foi esquecida como item de série.

Veredicto

No preço que a Ford Ranger Black custa, ela se torna o melhor custo-benefício do segmento de caminhonetes médias. É completa na medida certa, anda ok, é bem acabada e bonita. Mas faltam alguns mimos que te obrigam a subir de versão e pagar mais. Ou optar por uma caminhonete intermediária.

Se para você, o uso nunca envolverá off-road, vai na versão Black que não tem erro. Agora, se precisa de tração nas quatro rodas, terá que pagar mais caro ou levar uma caminhonete intermediária. Mas não esqueça que, de longe, a Ranger é a melhor entre todas as rivais da categoria. Mesmo, nesse caso, com pouca potência.

Ford Ranger Black [Auo+ / João Brigato]

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