Inflação nos bares e restaurantes ultrapassa índice geral e pressiona empresários do setor

Inflação nos bares e restaurantes ultrapassa índice geral e pressiona empresários do setorCaio Barbieri

O custo de comer fora tem pesado cada vez mais no bolso do consumidor. De acordo com o mais recente levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado na última sexta-feira (9), os preços da alimentação fora do domicílio subiram 7,61% no acumulado dos últimos 12 meses — um avanço acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que ficou em 5,53% no mesmo período.

Esse crescimento reflete o impacto direto da alta no preço dos insumos, como carnes (22,24%), frango (9,16%), ovos (16,74%), além de refrigerantes e água mineral (7,08%). Mesmo com esse cenário, a maior parte dos empreendedores do setor ainda não conseguiu repassar integralmente os aumentos para os consumidores.

Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), 33% dos empresários não realizaram nenhum reajuste nos cardápios nos últimos 12 meses. A entidade aponta que o setor segue operando com margens de lucro cada vez mais apertadas, resultado de uma inflação acumulada, dívidas herdadas da pandemia e dificuldades para renegociação.

“O aumento acima da média geral mostra que os donos de bares e restaurantes estão, com cautela, começando a repassar os custos aos clientes. No entanto, o cenário segue desafiador. Insumos essenciais dispararam de preço e, mesmo assim, muitos resistem em mexer nos valores para manter o público”, explica Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel.

A associação lançou, no fim de 2024, o Plano Nacional de Restauração de Bares e Restaurantes, uma iniciativa que busca dar suporte estruturado aos negócios do setor. A proposta inclui articulação de políticas públicas, parcerias com agências como Sebrae e Senac, e o engajamento de grandes empresas como Ambev, Stone, Coca-Cola, Google e Rappi.

“O plano é uma resposta concreta à crise, com ações coordenadas e apoio direto ao empreendedor. A ideia é oferecer ferramentas para que os negócios não apenas sobrevivam, mas voltem a crescer de forma sólida e sustentável”, pontua Solmucci.

Na variação mensal, os dados também preocupam: a alimentação fora de casa teve alta de 0,80%, enquanto a alimentação no domicílio subiu 0,83%. Já o índice geral do IPCA registrou alta de 0,43% no mês.

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