Milho tende a ficar em baixa no curto prazo e Brasil deve perder mercado

exportação de milho irã dólar
Foto: Cláudio Neves/APPA

O clima segue favorável à safrinha de milho no Brasil, especialmente no Centro-Oeste. Assim, a expectativa de ampla oferta manteve os preços em queda constante por dias, com compradores retraídos à espera da colheita a partir de junho.

Nos Estados Unidos, as condições climáticas também foram favoráveis na última semana. Até o início deste mês, a semeadura por lá atingiu 40% da área, em linha com a média histórica. Com isso, a visão otimista da última semana sobre o bom estabelecimento do cereal no campo teve impacto forte no mercado.

Ao mesmo tempo, a demanda por milho no Brasil segue lenta, com indústrias de ração e etanol comprando apenas o essencial. No mercado externo, as exportações praticamente pararam.

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De acordo com informações da plataforma Grão Direto, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) não fará projeções a respeito dos embarques do grão em maio por conta dos baixos volumes, tidos como residuais.

Em Chicago, o milho encerrou a semana cotado a US$ 4,41 por bushel, com queda expressiva de 4,34% em sete dias. No Brasil, na B3, o contrato de milho para maio de 2025 também recuou, fechando a R$ 74,00 por saca (-3,48%).

No mercado físico, os preços do milho seguiram em queda, pressionados pela fraqueza nos mercados futuros.

O que esperar do milho nesta semana

A segunda safra de milho no Brasil caminha para um recorde, com estimativas apontando para uma produção superior a 100 milhões de toneladas.

“O clima tem colaborado, especialmente no Centro-Oeste e Sudeste, com chuvas bem distribuídas e temperaturas amenas durante a fase crítica de desenvolvimento das lavouras. Esse cenário já pressiona os preços do milho disponível, com muitos negócios sendo fechados para entrega futura entre junho e agosto”, diz a Grão Direto, em nota.

As usinas de etanol à base de milho têm garantido bons volumes para os próximos meses, mas com a colheita se aproximando, a tendência é de que esses compradores passem a adquirir apenas o necessário, o que pode aumentar a pressão sobre os preços do milho disponível.

De acordo com a plataforma, no mercado externo, os Estados Unidos estão firmando acordos comerciais que favorecem suas exportações de milho, especialmente com a União Europeia.

“Se esses acordos se estenderem a países que atualmente compram do Brasil, como Japão e Coreia do Sul, o milho brasileiro pode perder espaço, pressionando ainda mais os preços”.

Para a Grão Direto, diante da perspectiva de uma supersafra no Brasil e da concorrência crescente dos Estados Unidos no mercado internacional, a tendência para os preços do milho é de baixa.

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