Na Europa, bolsas fecham com ganhos após acordo entre EUA e China

Os principais índices das bolsas de valores da Europa fecharam o pregão desta segunda-feira (12/5) em alta, com maior otimismo dos investidores em relação a um possível arrefecimento da guerra comercial.

Assim como ocorreu na Ásia e está acontecendo no mercado norte-americano, os maiores índices europeus operaram no azul, impulsionados pelo acordo entre Estados Unidos e China em torno da redução das tarifas comerciais impostas de parte a parte.


O que aconteceu

  • O índice Stoxx 600, que reúne ações de 600 empresas europeias listadas em bolsas, terminou o dia em alta de 1,21%, aos 544,29 pontos.
  • Na Bolsa de Londres, o índice FTSE 100 teve ganhos de 0,59%, aos 8,6 mil pontos.
  • O índice DAX, da Bolsa de Frankfurt, avançou 0,29%, aos 23,5 mil pontos.
  • Em Paris, o CAC 40 subiu 1,37%, aos 7,8 mil pontos – a maior alta entre as principais bolsas europeias.
  • Na Bolsa de Madri, o Ibex 35 também fechou no azul, com alta de 0,75%, aos 13,6 mil pontos.

Tecnologia e finanças avançam

Os destaques do primeiro pregão do dia na Europa ficaram por conta dos setores de tecnologia (com alta de 2,74%) e de finanças (+1,73%).

As ações do Barclays encerraram o dia com valorização de mais de 2%, enquanto o Deutsche Bank subiu 1,99%, e o Santander, 1,49%.

Duas das empresas de tecnologia com maior peso no índice europeu, a ASML e a Prosus viram seus papéis avançarem, respectivamente, 6,17% e 5,14%.

Alívio no “tarifaço”

EUA e China concordaram em reduzir substancialmente as tarifas sobre os produtos um do outro por 90 dias, após as negociações desse fim de semana. Em Genebra, na Suíça, o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, afirmou que “ambos os lados reduzirão suas tarifas em 115%”, tendo concordado com uma pausa de 90 dias na guerra comercial.

Isso representa redução significativa nesta disputa comercial que eclodiu no mês passado, provocada pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

Os EUA aumentaram sua tarifa sobre produtos importados da China para 145% – incluindo a tarifa de 20% adicionada para combater as importações de fentanil –, com Pequim retaliando com tarifas de 125% sobre as importações norte-americanas.

Bessent disse a repórteres que “ambos os lados demonstraram grande respeito” durante as negociações e que “ambos temos interesse em um comércio equilibrado”.

O embaixador comercial dos EUA, Jamieson Greer, também explicou por que o governo Trump estava determinado a reformular o comércio global.

Greer afirma que os EUA passaram décadas na Organização Mundial do Comércio (OMC) realizando negociações multilaterais e bilaterais, tentando fazer com que outros países reduzissem suas tarifas e barreiras não tarifárias e concordassem com um comércio mais recíproco com os EUA.

“A promessa da OMC e do sistema multilateral é que as tarifas de todos seriam reduzidas”, mas “acontece que os EUA reduziram significativamente”, disse Greer a repórteres em Genebra.

Segundo ele, havia outras economias que também tinham tarifas baixas, mas mantinham barreiras não tarifárias muito altas. “Nos esforçamos muito para trabalhar dentro do sistema. E o resultado líquido é o déficit de US$ 1,2 trilhão em bens; o resultado líquido é que a produção foi para a China, o Leste Asiático, o México etc.”, ressaltou.

“Dessa forma, não é realista sugerir que os EUA deveriam simplesmente ter continuado a negociar”, acrescentou.

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