Nunes defende contrato de trabalho por hora: “Perfil dos jovens”

São Paulo – Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) defendeu, nesta segunda-feira (12/5), que o Congresso debata uma legislação chamada “trabalho horista”, em que o funcionário é contratado e pago por hora.

A fala aconteceu durante a cerimônia de abertura da Apas Show, feira do setor supermercadista, depois que representantes da área apontaram o modelo como solução para a dificuldade dos supermercados em preencher vagas de emprego.

“Quando você tem um setor que no estado de São Paulo tem 35 mil vagas de emprego e não consegue preenche-las, e vem aqui propostas concretas de alteração de legislação para fazer frente a isso, a gente precisa reverberar e voltar a falar da questão do trabalho horista”, disse o prefeito. Nunes afirmou, ainda, que o modelo dialoga com o “perfil dos jovens” no país.

“É o perfil dos nossos jovens, que hoje não tem mais aquela questão que a gente tinha de trabalhar em horários fixos, 40, 44 horas semanais. A gente precisa sair daqui escutando essa demanda importante.”

No início do evento, os presidentes das Associações Paulista e Brasileira de Supermercados (Apas e Abras), Erlon Godoy e João Galassi, citaram o modelo “horista” como uma forma de conquistar os jovens que não se interessam pelas vagas de trabalho atuais.

“A expansão do setor tem esbarrado na falta de mão de obra. Só no estado de São Paulo, tem 35 mil vagas abertas. O jovem não quer mais o modelo antigo de trabalho, ele quer mais flexibilidade, quer mais liberdade. Por isso, precisamos discutir urgentemente o modelo horista”, disse Erlon.

“O que é melhor: 6×1, 4×3, 5×2? Nenhuma dessas alternativas. O que é melhor para os nossos colaboradores é a liberdade de poder escolher a jornada de trabalho. A pessoa tem que ter o direito de trabalhar quantas horas ela desejar, de garantir sua ambição pessoal, a sua vontade de, ou ganhar mais, ou ganhar menos, escolher. É assim que, hoje, o sucesso do Uber acontece”, exemplificou João Galassi.

A resposta de Alckmin

O presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), também participou do evento, e respondeu às falas citando números do governo, como a saída dos trabalhadores do Bolsa Família.

“A questão da empregabilidade, eu vou marcar, Erlan e João Galassi [presidentes da Apas e da Abras], para a gente ter uma conversa com o nosso ministro Wellington Dias. Já saíram do Bolsa Família, porque passaram da renda, 5 milhões de pessoas. Três milhões estão ganhando metade do Bolsa Família porque a renda subiu, e 4 milhões estão acumulando, podem trabalhar e recebem o Bolsa Família com a faixa de renda normal. Vamos marcar um encontro para discutir como a gente pode aprimorar e melhorar essa questão.”

Alckmin também disse que o governo estuda mudanças no Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), outro ponto criticado pelo grupo.

Mais tarde, em coletiva de imprensa aos jornalistas que acompanhavam o evento, Alckmin falou que levará todas as preocupações do setor para o governo.

“Sociedade civil é pra cobrar. É o que há de mais importante, sociedade civil organizada. E governo bom ouve, é atento, e dialoga. Então eu vou levar sim as preocupações”, prometeu.

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