Veja as medidas de arrocho nos Correios após prejuízo de R$ 2,6 bi

Os Correios anunciaram nesta segunda-feira (12/5) um conjunto de seis de medidas que fazem parte de um plano de redução de despesas. As medidas foram anunciadas dias após ser divulgado o balanço de 2024, que mostrou um prejuízo de R$ 2,6 bilhões. A empresa, presidida por Fabiano Silva dos Santos, é a estatal federal que registrou o maior déficit no ano passado.

Veja abaixo as medidas para lidar com o prejuízo:

  1. Prorrogação das inscrições para o Programa de Desligamento Voluntário (PDV): até 18 de maio de 2025, mantendo os atuais requisitos de elegibilidade;
  2. Incentivo à transferência, voluntária e temporária, de agente de correios – atividade carteiro e atendente comercial para atuar em centros de tratamento: o pagamento do adicional de atividade será o mais vantajoso para empregadas(os);
  3. Suspensão temporária de fruição de férias: a partir de 1º de junho de 2025, referente ao período aquisitivo deste ano. As férias voltarão a ser usufruídas a partir de janeiro de 2026;
  4. Revisão da estrutura do Correios Sede: redução de pelo menos 20% do orçamento de funções;
  5. Convocação para o retorno ao regime de trabalho presencial: todas(as) as(os) empregadas(os) devem retornar a partir de 23 de junho de 2025, com exceção daquelas(es) protegidas(os) por decisão judicial;
  6. Lançamento de novos formatos de planos de saúde: a escolha da rede credenciada será dialogada com as representações sindicais. A economia estimada será de 30%.

O objetivo das medidas, segundo a direção, é otimizar processar, aumentar eficiência e reforçar a capacidade de investimento da empresa.

Esta não é a primeira vez que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos adota medidas para conter gastos, pois acumula rombos já há alguns anos. Em 2023, o prejuízo foi de R$ 597 milhões.

Privatização não está no radar

Apesar do rombo, a quebra de monopólio estatal ou a desestatização da empresa não estão em debate no governo Lula (PT), que busca alternativas de aumento de receitas, como projetos que teriam sido abandonados. É o caso, por exemplo, de parcerias com empresas privadas de market place que foram encerrados e estão sendo retomados.

Em entrevista coletiva realizada em janeiro de 2025, a secretária de Coordenação das Estatais, Elisa Leonel, salientou que os Correios têm dívidas contratadas, pagas com caixa próprio, e frisou também que o serviço postal enfrenta crise a nível mundial.

“Os debates apontam para grandes alternativas para aumento de receitas que foram abandonadas pelo governo anterior na lógica de privatização dos Correios”, disse ela, que explicou que os projetos de negócios acessórios já estavam em debate e foram abandonados. “Não vou citar exemplos de projetos, mas os contratos parcerias com as empresas privadas de market place foram todos encerrados. Eles estão sendo retomados”, exemplificou.

O freio nos planos de privatização de estatais iniciados no governo de Jair Bolsonaro (PL) foi puxado pelo governo de Lula ainda no início de 2023.

Além dos Correios, o governo petista tirou do Programa Nacional de Desestatização (PND) estatais como Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a Dataprev e o Serpro.

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