Wagner Moura comenta afastamento do cinema brasileiro e explica motivo

Wagner Moura revelou detalhes sobre o afastamento dele do cinema nacional nos últimos anos. Em entrevista à Vanity Fair, o ator falou sobre o significado de atuar novamente em português no filme O Agente Secreto, que representa o Brasil no Festival de Cannes.

“Significou muito para mim simplesmente atuar e dizer coisas em português de novo, me reconectar com essa cultura. Nem consigo descrever o quanto isso foi importante para mim”, afirmou.

Moura explicou que o distanciamento das produções brasileiras ocorreu por desânimo com o cenário político do país durante o governo Bolsonaro. “Fiz Narcos, que era uma série — levou muito tempo — e dirigi um filme que levou três anos. Eu não estava empolgado com nada do que estava acontecendo no Brasil durante o governo Bolsonaro. Nada estava acontecendo”, declarou.

O ator também compartilhou a sensação de retornar às origens culturais. Ele citou uma metáfora do colega Javier Bardem para ilustrar a diferença entre atuar em idiomas estrangeiros e na língua materna.

5 imagens

Wagner Moura como Manny em Ladrões de Drogas, da Apple TV+

Wagner Moura
O ator brasileiro protagoniza o filme Guerra Civil
A A24 liberou o primeiro trailer do filme Guerra Civil, da A24
1 de 5

Brian Tyree Henry e Wagner Moura na série Ladrões de Drogas da Apple TV+

Divulgação/Apple TV+

2 de 5

Wagner Moura como Manny em Ladrões de Drogas, da Apple TV+

Divulgação/Apple TV+

3 de 5

Wagner Moura

Divulgação

4 de 5

O ator brasileiro protagoniza o filme Guerra Civil

Reprodução/YouTube

5 de 5

A A24 liberou o primeiro trailer do filme Guerra Civil, da A24

Reprodução/YouTube

“Javier Bardem disse uma coisa que adoro: trabalha em inglês como se houvesse um grande escritório no cérebro dele, cheio de coisas acontecendo, e quando trabalha em espanhol, o escritório está vazio. É uma metáfora ótima. Não falava inglês quando era criança, tive que aprender. Mesmo quando trabalho em espanhol, é diferente, sabe? O português é minha língua materna. É a cultura também.”

Wagner Moura ainda demonstrou preocupação com um possível distanciamento das novas gerações de cineastas brasileiros. “Existem outros cineastas que me animam, mas não muitos. Comecei a me preocupar com esse hiato geracional: será que conheço os jovens cineastas brasileiros que estão fazendo coisas? Será que eles têm interesse?”, refletiu.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.