CASO IZABELLY: Polícia se manifesta após perícia apontar possível reviravolta na morte de menina de 11 anos

A morte de Izabelly Brezzolin, de 11 anos, segue em investigação pela Polícia Civil de São Gabriel, na fronteira oeste do Estado. O delegado Daniel Severo se manifestou no fim da manhã desta terça-feira (13), um dia após o comunicado oficial da Irmandade da Santa Casa de Caridade de São Gabriel, onde a menina foi inicialmente atendida, e da revelação do laudo da perícia.

O documento teria mostrado que a criança morreu por sepse, infecção generalizada decorrente de complicações de uma pneumonia, e que o corpo não apresentava qualquer indício de violência sexual. O resultado poderia indicar um novo rumo ao caso, já que os pais de Izabelly, Elisa Carvalho de Oliveira, 36, e José Lindomar Brezzolin, 55, estão presos, desde a última quarta (7), por suspeita de estupro seguido de morte.

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Izabelly Carvalho Brezzolin, de 11 anos, morreu na semana passada | abc+



Izabelly Carvalho Brezzolin, de 11 anos, morreu na semana passada

Foto: Reprodução/Redes sociais

No dia da morte de Izabelly, na última quinta-feira (8), o delegado disse que a menina apresentava costelas quebradas, perfuração de pulmão e diversos hematomas, além de lesões e sangramento genital. Nesta semana, Severo esclareceu que a “prisão em flagrante efetuada ocorreu à luz dos elementos de informação colhidos no momento em que a Polícia Civil teve conhecimento dos fatos”.

Segundo o delegado, no dia em que a menina foi para o hospital, três conselheiras tutelares foram acionadas pela casa de saúde, a pedido de funcionários da instituição, “diante de possível caso de lesões, inclusive genitais, e de notícias de fraturas”. Na sequência, a Brigada Militar foi chamada e solicitou a presença da Polícia Civil. Naquele momento, Izabelly já estava com dreno no peito e havia sido intubada.

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Apesar do diretor técnico da Santa Casa, Paulo Almeida, esclarecer que “nenhum dos exames realizados no momento da admissão apontou fraturas de costelas ou indícios de violência sexual”, Severo explicou nesta terça que “documentos da evolução da paciente e depoimentos davam conta da chegada da vítima em estado de choque e com lesões”.

No mesmo dia da internação, em função do quadro delicado, Izabelly foi encaminhada à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Universitário de Santa Maria, onde faleceu. A reportagem fez contato com a casa de saúde e com o Conselho Tutelar de São Gabriel para posicionamento sobre o caso, mas não teve retorno até a publicação matéria. O espaço segue aberto.

Na nota, o delegado ainda citou o primeiro depoimento de Elisa, que relatou ter “flagrado seu companheiro realizando carícias indevidas na filha, o que ocasionou discussão entre o casal”. Por isso, os pais foram presos por maus-tratos, na modalidade de privação de cuidados indispensáveis, qualificado pelas lesões graves, e majorado pela idade da vítima (art. 136, §§1º, e 3º, do CP), visto que a Izabelly estava acamada desde domingo (4) e já não falava na terça (6), além do crime de estupro de vulnerável, “diante dos relatos da mãe e dos documentos até então existentes”.

Severo, contudo, não detalhou sobre os citados documentos. Na segunda-feira, informou que foi decretado sigilo sobre o inquérito.

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A advogada Rebeca Canabarro disse que a nota é rechaçada de forma “veemente” pela defesa de Elisa e que até a manhã desta terça não houve nova movimentação na investigação policial, bem como o laudo do Instituto-Geral de Perícias (IGP), revelado pelo Diário de Santa Maria, não havia sido disponibilizado.

Sobre o laudo, Severo informou que as conclusões periciais podem ser objeto de questionamento, mas que, independentemente disso, “o crime de maus-tratos, agora qualificado pela morte, ostenta materialidade inequívoca”. “A vítima chegou em choque clínico, devido à sonegação de busca de atendimento médico pelos pais.”

Em relação à possibilidade de abuso, o delegado também fez esclarecimentos. “Em relação ao possível estupro, lembra-se que ele não se consuma apenas com penetração, mas com qualquer ato libidinoso, e os elementos de informação, tanto no momento do flagrante, quanto no andamento da investigação, apontam para a sua existência.”

A defesa de Elisa entrou com pedido de liberdade e disse, no começo desta tarde, que aguardava parecer do Ministério Público gaúcho. A Defensoria Pública do Rio Grande do Sul, representante de Brezzolin, declarou que vai se manifestar sobre o caso nos autos do processo.

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