Educação 5.0: especialistas debatem os impactos da IA no contexto educacional

A transformação digital está remodelando profundamente como aprendemos e ensinamos. Com a chegada da Educação 5.0, o foco vai além da tecnologia: é sobre preparar pessoas para lidar com um mundo em constante mudança, de forma crítica, ética e humanizada. E a inteligência artificial está no centro dessa mudança.

Segundo a pesquisadora em tecnologias aplicadas à aprendizagem e influenciadora à frente do @seligaprof, Dra. Emilly Fidelix, a IA pode tornar o ensino mais personalizado e interativo, mas o maior desafio é equilibrar sua aplicação com as relações humanas.

“É fundamental entender que não se trata apenas de inserir tecnologia na sala de aula, mas de repensar como aprendemos, desenvolvemos habilidades e nos conectamos com o conhecimento”, destaca.

Se por um lado ficou mais fácil encontrar informações e conteúdos didáticos, por outro, o volume massivo exige uma postura mais ativa dos estudantes diante do conteúdo. A nova educação precisa estimular o questionamento, a análise e a interpretação. “Precisamos ensinar nossos alunos a pensar criticamente, não só a consumir informação”, afirma a CEO da TrampoLean, consultoria especializada em educação corporativa e professora do MBA Executivo da Faculdade XP, Fabiana Raulino.

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Questões éticas no radar

A expansão da IA também acende alertas éticos e legais. Algoritmos mal estruturados podem reproduzir preconceitos e acentuar desigualdades. “A inteligência artificial deve ser desenvolvida com uma consciência ética, para não reproduzir os mesmos vieses que já existem na sociedade”, completa.

Para Raulino, a diversidade nas equipes de desenvolvimento é uma das chaves para combater esses vieses. Além disso, destaca que ainda há uma lacuna significativa na legislação brasileira em relação à proteção de dados e ao uso ético da IA.

“A educação precisa se adaptar rapidamente às mudanças do mercado, e isso inclui a formação contínua e a capacitação em novas tecnologias”, pontua.

Para lidar com esses desafios, é urgente investir em letramento digital desde os primeiros anos da educação básica. Esse letramento vai além do uso técnico das ferramentas: trata-se de entender como funcionam os algoritmos, como proteger dados pessoais, como reconhecer conteúdos manipulados e como agir com responsabilidade nos ambientes digitais.

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IA muda o mercado, mas não substitui o fator humano

Outro ponto que ganha destaque é o impacto da IA nas profissões. Com a automação de tarefas repetitivas, o mercado de trabalho passa a valorizar ainda mais as habilidades humanas.

Comunicação empática, criatividade, pensamento adaptativo, inteligência emocional e capacidade de colaboração são diferenciais que a tecnologia ainda não consegue reproduzir e que, por isso, se tornam centrais na formação dos profissionais do futuro.

Para Viviane Moreno, Gerente Comercial especialista em produtos de Edtech na XP Educação, os profissionais do futuro precisam dominar tanto competências técnicas quanto emocionais.“A autoridade impositiva está dando lugar à liderança que ouve e integra diferentes perspectivas, especialmente em equipes multigeracionais”, explica.

Ela reforça que, mesmo com o avanço tecnológico, as habilidades humanas permanecem insubstituíveis. “Tecnologia pode escalar processos, mas não substitui empatia, criatividade ou julgamento ético”, finaliza.

A educação precisa correr com a inovação

Essa mudança também passa pela formação docente. Para que a Educação 5.0 aconteça de fato, é essencial investir na capacitação contínua dos professores, oferecendo ferramentas, metodologias e espaços de experimentação pedagógica.

O professor do presente, e não apenas do futuro, precisa atuar como facilitador, curador de conteúdo e mentor no processo de aprendizagem, guiando os alunos pelo domínio técnico, além do desenvolvimento de autonomia e senso crítico.

Fabiana relembra como saímos do mimeógrafo para a realidade virtual em menos de uma geração. “Esse salto exige que a educação mude de formato, adote novas ferramentas e repense seu propósito”, analisa.

Ela acredita que o futuro da educação passa pela integração equilibrada entre inovação tecnológica e desenvolvimento humano. “Não basta ensinar a usar ferramentas. É preciso formar cidadãos preparados para viver, trabalhar e transformar o mundo com responsabilidade.”

O futuro da educação será híbrido, ético e humano

Em um mundo cada vez mais influenciado pela inteligência artificial, a escola tem um papel estratégico: garantir que a tecnologia seja usada com propósito, consciência e ética. A Educação 5.0 propõe justamente isso, um equilíbrio entre inovação e valores humanos, entre dados e empatia, entre algoritmos e consciência social.

A educação do futuro será feita por quem conseguir unir inovação e propósito, dados e empatia, velocidade e reflexão. Quem entender esse equilíbrio, desde já, estará mais preparado para liderar as mudanças que estão por vir.

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