Favela do Moinho: governo falta a reunião que convocou por acordo

São Paulo — O governo de São Paulo faltou a uma reunião convocada pela própria gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), na tarde desta terça-feira (13/5), para negociar um acordo sobre a ação da Polícia Militar (PM) na Favela do Moinho, no centro da capital paulista.

A reunião tinha sido convocada pelo comandante da PM que acompanhava a operação, após pedidos de parlamentares, e foi comunicada aos jornalistas que estavam na favela naquele momento. A imprensa foi orientada a ir ao posto da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) para o encontro.

Minutos antes, bombas de gás lacrimogêneo tinham sido jogadas na favela, em meio ao protesto de parte da população contra as demolições de casas e o reassentamento de moradores.

O comandante da PM, no entanto, não compareceu ao local para a reunião, e nenhum representante do governo estadual participou do encontro.

Moradores da favela se reuniram, então, com o superintendente da Secretaria de Patrimônio da União, Celso Carvalho; o ouvidor da Polícia Militar, Mauro Caseri; e as parlamentares Paula Nunes (PSol) e Keit Lima (PSol), para debater a situação na favela.

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PMs usam escudo para avançar contra protesto na linha 8-Diamante

Policiais na Favela do Moinho
Fogo é ateado na região da linha 8-Diamante
Crianças na Favela do Moinho
Favela do Moinho tem manhã tensa com demolições, protesto e bombas da PM
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Fumaça invade centro de São Paulo durante protesto contra demolição de casas na Favela do Moinho

Valentina Moreira / Metrópoles

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PMs usam escudo para avançar contra protesto na linha 8-Diamante

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Policiais na Favela do Moinho

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Fogo é ateado na região da linha 8-Diamante

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Crianças na Favela do Moinho

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Favela do Moinho tem manhã tensa com demolições, protesto e bombas da PM

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Policiais avançam contra protesto na Favela do Moinho

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PMs na Favela do Moinho

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Durante o encontro, o superintendente da SPU apelou para que a gestão Tarcísio cessasse a repressão e voltasse a negociar um acordo para a área.

“Tô pedindo aqui ao governo do estado que cesse qualquer ação repressiva amanhã e que sente para a gente discutir. Que venha o governo do estado, a CDHU, o comando da Polícia para gente construir um processo”.

Pouco tempo depois da reunião frustrada, o governo federal emitiu uma nota anunciando uma interrupção temporária no processo de cessão do terreno da Favela do Moinho para o governo estadual.

O Metrópoles questionou a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o CDHU, e o Palácio dos Bandeirantes sobre a ausência na reunião de hoje, mas não foi respondido até o fechamento desta reportagem.

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Ruas de terra, barracos de madeira e fios emaranhados fazem parte do cenário da Favela do Moinho

CDHU marca casas da Favela do Moinho
Entrada da Favela do Moinho, no centro da cidade
Protesto na entrada da Favela do Moinho
Favela do Moinho
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Favela do Moinho teve saneamento básico regularizado em 2022

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Ruas de terra, barracos de madeira e fios emaranhados fazem parte do cenário da Favela do Moinho

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CDHU marca casas da Favela do Moinho

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Entrada da Favela do Moinho, no centro da cidade

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Protesto na entrada da Favela do Moinho

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Favela do Moinho

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Favela do Moinho

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Demolição das casas

O governo estadual iniciou, nesta segunda-feira (12/5), a demolição de casas desocupadas na Favela do Moinho.

No mesmo dia, o superintendente da SPU, Celso Carvalho, assinou um ofício em que autorizava a gestão a descaracterizar as casas da comunidade.

Nesta terça, Celso disse, no entanto, que o que foi feito fugia ao que havia sido acordado, que previa apenas tirar elementos como portas e janelas das casas.

“Isso viola o que a gente estava propondo e o nosso acordo com o governo do estado. Eu vim aqui, justamente, pra gente poder conversar sobre isso e retomar o nível de acordo que a gente estava discutindo até agora”, disse o superintendente.

O Metrópoles entrou em contato com a SSP sobre a falta do comando da PM na reunião, mas informaram que ainda estão apurando o motivo da ausência de representante da corporação no encontro. O espaço segue aberto.

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