MP-RJ pede condenação de réus do incêndio no Ninho do Urubu, que matou 10 atletas

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) pediu a condenação de todos os réus ainda envolvidos no caso do incêndio no Ninho do Urubu, ocorrido em 2019, que resultou na morte de 10 jovens atletas das categorias de base do Flamengo. A tragédia, considerada a maior da história do clube, expôs uma série de falhas na estrutura e segurança do centro de treinamento, localizado na zona oeste do Rio de Janeiro.

O pedido de condenação foi apresentado no domingo (11), e se refere a um processo que já se arrasta há mais de seis anos. Durante a investigação, o MP-RJ ouviu mais de 40 testemunhas e reuniu provas que, segundo o órgão, confirmam a responsabilidade penal dos acusados.

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Entre os réus estão:

  • Antonio Marcio Mongelli Garotti, diretor de Meios do Flamengo;
  • Marcelo Maia de Sá, ex-diretor adjunto de Patrimônio;
  • Claudia Pereira Rodrigues, representante da empresa NHJ, responsável pelos contêineres usados como alojamento;
  • Danilo da Silva Duarte, Fabio Hilario da Silva e Weslley Gimenes, engenheiros responsáveis pela fabricação, montagem e instalação dos contêineres;
  • Edson Colman da Silva, técnico de manutenção dos aparelhos de ar-condicionado.

Anteriormente, 11 pessoas foram denunciadas. No decorrer do processo, contudo, dois acusados foram excluídos da ação por falta de vínculo com os fatos e um terceiro foi absolvido por ausência de responsabilidade direta. O ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, que assinou os contratos de aquisição dos contêineres, também foi retirado do processo por prescrição, devido à sua idade.

O MP-RJ afirmou que o incêndio poderia ter sido evitado, e que as provas apresentadas demonstram “com rigor técnico, como os comportamentos dos denunciados contribuíram para a ocorrência do delito que ceifou a vida de dez adolescentes”.

O episódio ocorreu em 8 de fevereiro de 2019, quando um incêndio atingiu o alojamento onde estavam os jovens atletas da base do Flamengo. As investigações apontaram que os contêineres usados como dormitório não atendiam aos requisitos mínimos de segurança e estavam equipados com aparelhos de ar-condicionado que apresentavam problemas de manutenção.

Desde então, o caso se tornou um símbolo da precariedade das condições oferecidas a jovens atletas em centros de treinamento no Brasil e gerou uma série de questionamentos sobre a responsabilidade dos gestores esportivos na proteção desses jovens.

A decisão agora está nas mãos do Judiciário, que deverá avaliar o pedido de condenação e definir as penas dos envolvidos. Para o MP-RJ, a condenação é “a resposta penal justa e necessária” para uma tragédia que, segundo o órgão, “poderia e deveria ter sido evitada”.

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