Saiba como alvos da PF burlavam biometria para fraudar gov.br

A investigação da Polícia Federal (PF) que mira fraudes na plataforma do governo federal gov.br aponta que os suspeitos dos crimes burlavam a funcionalidade “liveness” para se passarem por usuários e, assim, ter acesso a valores disponíveis no cadastro.

O recurso “liveness”, ou “detecção de vivacidade” em português, é utilizada em serviços com biometria facial para verificar se a imagem capturada pertence a uma pessoa real e viva no momento da autenticação, e não a uma tentativa de fraude por meio de fotos, vídeos ou máscaras.

A biometria, por sua vez, tem sido utilizada cada vez mais por aplicativos para liberar o acesso do usuário.

Ela funciona ao apontar a câmera do celular, por exemplo, para o rosto e pode ser usada para liberar o acesso a contas de banco ou até mesmo os próprios aparelhos celulares por meio da identificação de características faciais de cada pessoa.

Segundo a PF, os invasores investigados conseguiam passar pela funcionalidade de “liveness” por meio da obtenção percentual de semelhança suficiente nos parâmetros usados pelos algoritmos de validação facial, tanto da base de dados da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) quanto da base de eleitores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Nesse sentido, os investigadores afirmam que o grupo teria grande capacidade técnica para cometer fraudes.

De acordo com a apuração, eles atuavam em duas frentes: a primeira consistia na violação de contas de pessoas falecidas para acessar valores a receber do Banco Central.

A segunda seria voltada para fraudar acessos a contas de pessoas vivas para acessar valores a receber do Bacen e autorizar consignações no Meu.INSS.

Polícia Federal PF Brasília
Sede da PF, em Brasília

Operação Face Off

A PF realizou na manhã desta terça-feira (13/5) a operação Face Off para avançar na investigação sobre o grupo envolvido nas fraudes à plataforma Gov.br.

Foram cumpridos cinco mandados de prisão e 16 de busca e apreensão no seguintes estados: São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Paraíba, Mato Grosso, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Tocantins.

As medidas foram autorizadas pela Justiça Federal em Brasília.

“As investigações revelaram que os criminosos simulavam traços faciais de terceiros para obter acesso indevido às contas digitais das vítimas, assumindo o controle total dos perfis e, consequentemente, de serviços públicos e informações pessoais sensíveis”, diz a PF.

Os investigados podem responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático qualificada e associação criminosa.

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