Azul (AZUL4) desaponta mercado com mais custos e ação despenca 16% após balanço do 1T

As ações da Azul (AZUL4) registraram forte queda após o primeiro trimestre de 2025 (1T25) em últimos meses de uma verdadeira montanha-russa na Bolsa. Nesta quarta-feira (14), os papéis caíram 16,08%, a R$ 1,20.

A companhia aérea Azul anunciou nesta quarta-feira que encerrou o primeiro trimestre com um prejuízo líquido ajustado de R$ 1,82 bilhão, 5,66 vezes acima do resultado negativo de R$ 324 milhões apurado um ano antes.

A empresa apurou um desempenho operacional medido pelo Ebitda de R$1,38 bilhão entre janeiro e o fim de março, queda de 29,4% na mesma comparação, com a margem recuando de 30,3% para 25,7%.

A receita líquida total da companhia, porém, subiu 15,3% no período, para R$5,39 bilhões, apesar de uma queda de 3,5% no indicador “yield”, de preços de passagens.

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Sem ajustes, a Azul teve resultado líquido positivo no primeiro trimestre de R$783 milhões, revertendo prejuízo de R$1,12 bi de um ano antes.

A companhia, até agora a única empresa aérea em operação no país que não precisou recorrer a um processo de recuperação judicial para reestruturar suas finanças, terminou março com uma alavancagem financeira de 5,2 vezes ante 3,7 vezes um ano antes.

Segundo a empresa, se for considerada a conversão de parte de dívida da empresa que vence em 2029 e 2030 em ações, parte do plano de reestruturação que tem sido negociado com credores há meses, a alavancagem da Azul no período teria sido de 4,4 vezes. A Azul afirmou que o aumento na alavancagem ocorreu em função da desvalorização do real ante o dólar e seus impactos sobre a dívida.

A Azul terminou março com R$ 3,3 bilhões em caixa, queda de 19% ante o final do ano passado, e uma dívida bruta de R$34,7 bilhões.

No trimestre, a frota da Azul foi incrementada com três aeronaves ante o final de março do ano passado, com 184 aviões em utilização.

O JPMorgan apontou os números como negativos e decepcionantes, com o Ebitda 19% abaixo da projeção do banco e 17% menor do que o consenso.

A queda foi impulsionada principalmente pelos custos unitários (CASK) ex-combustível 9% acima do esperado. A empresa concluiu o trimestre com R$ 2,3 bilhões em liquidez imediata, uma redução em relação aos R$ 3,1 bilhões do quarto trimestre de 2024, o que é típico para o primeiro trimestre do ano, avalia o banco.

Notavelmente, a Azul não comentou sobre sua projeção para o ano inteiro, provavelmente indicando sua reafirmação (Ebitda esperado em R$ 7,4 bilhões, versus projeção do JPMorgan em R$ 7,3 bilhões), apesar da queda no 1T.

O banco já apontava esperar uma reação negativa das ações com a pressão contínua decorrente do plano de gestão de passivos da Azul e da diluição substancial do patrimônio projetada, superior a 80%. A recomendação do JPMorgan para AZUL4 é neutra.

O Goldman Sachs também tem recomendação neutra para os ativos, ainda que com preço-alvo mantido em R$ 4,60, potencial de alta de 222%. O Ebitda decepcionou o banco em 20%.

“Observamos que o CASK ex-combustível foi impactado negativamente por outras despesas, em função de problemas de desempenho e fornecimento de OEMs (Fabricante do Equipamento Original), que levaram ao aumento de processos judiciais e custos relacionados a passageiros (hotel, alimentação e transporte)”, aponta.

Em teleconferência, o diretor financeiro, Alexandre Malfitani, afirmou que a companhia deve tentar buscar mais capital para reforçar sua posição financeira, mas vai buscar uma janela mais favorável do mercado para isso.

“Obviamente, faria sentido para nós trazer capital adicional, mas vamos encontrar o momento certo para isso”, disse o executivo em inglês durante conferência com investidores após a publicação pela manhã dos resultados de primeiro trimestre da empresa.

“Tem muito ruído no mercado, tanto em termos macro, quanto no entendimento de nossa reestruturação”, acrescentou o executivo.

(com Reuters)

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