Bolsonaro cobra apoio de governadores de direita e critica “lawfare” de Moraes

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) solicitou, nesta quarta-feira (14), que os governadores de direita se posicionem publicamente contra sua inelegibilidade, questionando as decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o tornaram inelegível até 2031.

Em entrevista ao UOL, Bolsonaro afirmou que, embora não possa obrigá-los a agir, gostaria que esses líderes questionassem os motivos que levaram ao seu afastamento da política.

“Não se trata de uma estratégia política, vou até o último segundo. Michel Temer também se envolveu nessa questão (…) É um direito de Michel Temer; ninguém que entra na política esquece. Contudo, eu gostaria, embora não possa obrigar, que os governadores dissessem: ‘Por que Bolsonaro está inelegível? Essas acusações são válidas?’”, declarou.

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A declaração de Bolsonaro surge em meio a um crescente incômodo entre seus apoiadores em relação à articulação do ex-presidente Michel Temer (MDB), que tem conversado com governadores para formar uma aliança de centro-direita para 2026. Essa articulação não menciona Bolsonaro ou sua esposa, Michelle Bolsonaro, como lideranças naturais do grupo.

Os governadores mencionados por Temer incluem Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo; Ronaldo Caiado (União), de Goiás; Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais; e Ratinho Jr (PSD), do Paraná. Todos eles são figuras que disputam o espólio político do bolsonarismo, mas evitam se posicionar abertamente contra as decisões do TSE.

“Plano B é Bolsonaro”

Bolsonaro deixou claro que não pretende abrir mão de sua liderança na direita e afirmou que, mesmo inelegível, seu “plano B é Bolsonaro”. Na entrevista, o ex-presidente elogiou governadores como Ronaldo Caiado (GO), mas evitou reconhecer qualquer um deles como seu sucessor natural.

“Eu vou até o último momento buscar a minha possibilidade de disputar a eleição”, afirmou.

Críticas ao TSE e ao Supremo

O ex-presidente voltou a criticar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acusando-o de promover uma campanha judicial contra ele, prática que classificou como “lawfare” — o uso da lei como arma política.

“Isso que Alexandre de Moraes faz lá fora é conhecido como lawfare. Romênia, França, Estados Unidos (…) É uma estratégia para tirar do combate”, declarou.

Bolsonaro também sugeriu que sua inelegibilidade representa uma ameaça à democracia, uma vez que a decisão do TSE retiraria do eleitorado o direito de escolher seu nome nas eleições de 2026. “Costumo dizer que uma eleição sem meu nome na chapa é uma negação da democracia”, afirmou.

Reunião com embaixadores e o caso TSE

Bolsonaro foi declarado inelegível em 2023 pelo TSE, que o condenou por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. O julgamento teve como foco a reunião realizada em julho de 2022 com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada, onde o então presidente fez alegações falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro.

Na decisão, o TSE considerou que Bolsonaro utilizou a estrutura da Presidência da República e recursos públicos, como a TV Brasil, para promover desinformação e atacar a integridade das urnas eletrônicas.

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