Câncer de esôfago: entenda a doença que acometeu Pepe Mujica

Ex-Presidente do Uruguai, José Mujica

José “Pepe” Mujica, ex-presidente do Uruguai, morreu na última terça-feira (13). Ele faleceu após seu câncer de esôfago se espalhar para o fígado, e que não conseguia mais seguir o tratamento. Mujica também teve problemas renais, como consequência da radioterapia.

O político divulgou o diagnóstico em uma coletiva de imprensa em abril de 2024 e desde então passou por várias cirurgias e internações. Em janeiro deste ano, em uma entrevista ao jornal uruguaio Búsqueda, Mujica afirmou que estava morrendo.

“O que eu peço é que me deixem em paz. Que não me peçam mais entrevistas ou qualquer outra coisa. Meu ciclo acabou. Sinceramente, estou morrendo. O guerreiro tem direito ao descanso”, afirmou.

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Além do câncer, ele já possuía uma doença crônica há mais de 20 anos, o que tornava o tratamento ainda mais complexo. O ex-presidente também sofria de Síndrome de Strauss, uma doença imunológica crônica.

“Não posso passar por tratamento bioquímico ou cirurgia porque meu corpo não aguenta”, explicou. “[Isso] afetou, entre outras coisas, os rins, o que cria óbvias dificuldades para quimioterapia e cirurgia”.

O que é o câncer de esôfago

O câncer de esôfago é o 13º tipo de câncer mais frequente aqui no Brasil, segundo dados atuais do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Ele ocorre majoritariamente em homens, sendo neles o sexto tumor com maior mortalidade aqui no Brasil.

Segundo Jefferson Pimenta, oncologista do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, os dois principais tipos desse câncer são o carcinoma escamoso, também chamado de espinocelular, e o adenocarcinoma. 

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Entre os principais fatores de risco, estão hábitos como fumar e consumir bebidas alcoólicas, além da obesidade e da doença do refluxo gastroesofágico. 

O perigo aumenta quando o tumor se espalha para outros órgãos, que foi o que aconteceu com Mujica. 

“A metástase é a manifestação do câncer em outro órgão, distante do órgão onde inicialmente ele veio”, disse o especialista. “Ou seja, se o tumor veio do esôfago, ele pode enviar células tumorais para órgãos como o fígado, o pulmão ou os ossos mais frequentemente”.

O oncologista também explicou que doenças autoimunes, como a do ex-presidente, dificultam o tratamento. “Os tratamentos quimioterápicos comprometem o sistema imune dos pacientes, podendo descompensar ou até desencadear um surto de agudização de uma doença autoimune de base”, afirmou Pimenta. 

Além disso, a imunoterapia pode não ser indicada em alguns casos, já que o tratamento pode agravar uma doença autoimune pré-existente, como também ter a eficácia comprometida por causa de remédios para a doença.

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