Cartel de ecstasy lavou R$ 50 milhões em perfumaria e barbearia no RJ

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (14/5), a Operação Cartel, com o objetivo de desmantelar uma organização criminosa estruturada para a produção e distribuição de drogas sintéticas em escala industrial. O grupo operava em moldes empresariais, com laboratórios clandestinos espalhados por comunidades do Rio de Janeiro, Baixada Fluminense e interior do Paraná, além de usar empresas de fachada, como perfumarias e barbearias, para movimentar recursos ilícitos.

A operação mobilizou 120 policiais federais, que cumpriram 25 mandados de prisão preventiva e 15 de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo e no Distrito Federal. A Justiça também determinou o bloqueio de contas bancárias, imóveis, criptoativos e veículos de luxo, somando cerca de R$ 50 milhões em bens sequestrados.

Segundo a Delegacia de Repressão a Drogas (DRE) da PF no Rio, que conduz as investigações, a quadrilha atuava com respaldo de facções criminosas locais, que recebiam uma espécie de “tributo territorial” para permitir o funcionamento dos laboratórios nas comunidades. Em troca, parte da droga fabricada era destinada ao tráfico local.

Laudo pericial da PF revelou que uma única empresa de fachada controlada pelo líder do grupo adquiriu 4,6 toneladas de DMSO, insumo utilizado na síntese de MDA, com potencial para produzir mais de 4,2 milhões de comprimidos de ecstasy por ciclo de produção.

O suposto chefe da organização foi preso na terça-feira (13/5) em um apartamento de luxo no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio. Outros dois integrantes também foram capturados, um no mesmo bairro e outro em Cordovil, na Zona Norte. Durante as prisões, foram apreendidos veículos de alto padrão, dinheiro em espécie, drogas e documentos considerados estratégicos para o avanço da investigação.

A operação é resultado de meses de apuração, que já haviam resultado em apreensões expressivas: em novembro de 2023, um dos investigados foi preso com 67 mil comprimidos de ecstasy; outro foi flagrado no interior de um laboratório clandestino em Duque de Caxias, também no mesmo mês; e, em agosto, uma mulher da quadrilha foi presa transportando drogas na Rodoviária Novo Rio com destino ao Espírito Santo.

Os presos responderão pelos crimes de tráfico de drogas e organização criminosa.

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