Deputado quer lei para multar quem levar bebês reborn para hospitais

O deputado estadual Cristiano Caporezzo (PL-MG) protocolou, nesta terça-feira (14/5), um projeto de lei para proibir que donos de bebês reborn levem os bonecos para receber atendimento em hospitais. Segundo a proposta, o descumprimento da norma poderá gerar multa equivalente a dez vezes o valor do serviço prestado.

Os valores arrecadados deverão ser destinados ao tratamento de pessoas com transtornos mentais. O texto foi protocolado após a dona de um bebê reborn levá-lo para unidade de saúde em Minas Gerais alegando que o boneco estaria com “febre”.

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Diz o projeto de lei: “Art. 1º – Fica terminantemente proibido a utilização de qualquer serviço público em situações de atendimentos à bonecas reborn e qualquer outro tipo de objeto inanimados no Estado de Minas Gerais.”

“Parágrafo único – Para efeitos desta lei, entende-se como objeto inanimado qualquer objeto que não tem ou nunca teve vida.”

“Art. 2º – O descumprimento dessa lei acarretará multa equivalente a 10 vezes o valor do serviço prestado no atendimento e será destinado para o tratamento de pessoas com transtornos mentais.”

Deputado justifica

A justificativa apresentada pelo deputado cita casos de atendimentos médicos solicitados para bonecas reborn e expressa preocupação com o uso de recursos públicos.: “Infelizmente, os devaneios da sociedade contemporânea colocam em perigo todo o povo de Minas Gerais em decorrência da distopia generalizada que as bonecas reborn estão causando”, afirma Caporezzo.

O parlamentar mineiro ainda menciona episódios em que a “tutela” de bonecas teria sido alvo de disputas judiciais, em contextos como separações e sucessões.

Em outro trecho, o parlamentar escreve que, “como se um homem pudesse se transformar em um cachorro e ser tratado como tal sem que antes vá para um hospício, infelizmente, mais uma vez, a proibição de atendimento desse tipo de brinquedo de madame torna-se um verdadeiro atestado do quanto a sociedade está perdida em seus próprios delírios”.

Fenômeno das bonecas reborn

Neste mês, viralizou nas redes sociais um vídeo de uma jovem mineira, de 17 anos, que levou seu boneco reborn a um hospital. Segundo ela, o “bebê” não estaria se sentindo bem.

“Hoje foi um dos dias mais corridos e assustadores para mim. Já peguei a bolsa dele e arrumei com tudo o que poderia precisar no hospital às pressas”, relatou Yasmim no vídeo.

Durante a gravação, a jovem aparece visivelmente nervosa ao afirmar que o boneco estava com “febre” e registra o momento em que ele é colocado sobre a balança da unidade de saúde para ser “pesado”.

Em outro episódio, a febre dos bebês reborn ultrapassou as redes sociais e chegou ao Judiciário. A advogada Suzana Ferreira relatou, em vídeo publicado nas redes, ter sido procurada por uma cliente interessada em regulamentar judicialmente a guarda do boneco que havia “adotado” com o companheiro.

Segundo a advogada, a cliente enfatizou que, devido ao forte apego emocional, não considerava a possibilidade de simplesmente substituir a boneca por outra. Ainda de acordo com o relato, a mulher buscava que o ex-companheiro arcasse com metade dos custos relacionados à “bebê reborn”, já que todas as despesas haviam sido pagas por ela.

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