Direcional (DIRR3) reforça consistência no 1T e ação acumula alta de 47% em 2025

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As ações da Direcional Engenharia (DIRR3) avançaram nesta segunda-feira (13) após a companhia divulgar seus resultados do primeiro trimestre deste ano (1T25). Na véspera, os ativos DIRR3 subiram 1,55%, acumulando alta de cerca de 47% em 2025. O lucro líquido chegou a R$ 164,5 milhões, alta de 9,5% frente ao mesmo período do ano passado. Já o lucro operacional, critério que exclui efeitos não recorrentes, foi de R$ 157,9 milhões, um crescimento de 31,5% na base anual.

A receita líquida totalizou R$ 894,1 milhões, um aumento de 33,6% em relação ao primeiro trimestre de 2024. Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado alcançou R$ 234 milhões, com margem de 26,2%, um ganho de dois pontos percentuais. Analistas dizem que a melhora veio principalmente da combinação entre elevação nos preços de venda, controle de custos e maior diluição de despesas fixas.

Para o Bradesco BBI, o resultado reforça a consistência operacional da companhia, com números considerados positivos apesar de a receita ter ficado 2% abaixo da estimativa do banco. A margem bruta, por sua vez, superou as expectativas ao atingir 38,6%, 1,3 ponto acima da projeção do BBI. A margem bruta ajustada, que considera efeitos recorrentes, foi ainda mais elevada, a 41,5%. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) ajustado anualizado subiu para 30%, frente a 24% um ano antes.

Segundo os analistas do BBI, a Direcional voltou a apresentar dívida líquida, com um índice dívida líquida/patrimônio líquido de 10,9% no trimestre. A geração de caixa operacional foi de R$ 10 milhões, e o banco mantém recomendação de desempenho acima da média (outperform), com preço-alvo de R$ 38.

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O caso de investimento, para o BBI, está atrelado à possibilidade de revisão para cima no lucro por ação (EPS), especialmente após a criação do Grupo 4 no programa Minha Casa Minha Vida, que pode estimular novos lançamentos a partir do segundo semestre.

O Itaú BBA também avalia os números como positivos, com a margem bruta ajustada considerada um dos principais motores do trimestre. A companhia registrou um recorde de margem, com 41,5%, superando os 39,5% projetados pelo banco. Para os analistas, esse avanço deve provocar uma reprecificação do lucro para cima em pelo menos 5%, o que tende a ser refletido nas próximas revisões de projeções.

Ainda de acordo com o BBA, o segmento de habitação popular, principal frente de atuação da Direcional, segue com fundamentos favoráveis. O banco acredita que os efeitos das mudanças recentes no programa habitacional ainda não foram integralmente absorvidos nos resultados da companhia. A recomendação também é de outperform, com múltiplo de preço sobre lucro (P/L) estimado em 8,3 vezes para 2025 e dividend yield projetado em 12%.

Na mesma linha, o relatório do Bank of America (BofA) aponta que o primeiro trimestre da Direcional veio levemente acima das expectativas do banco, com destaque para margens elevadas, redução de despesas financeiras e bom desempenho de vendas. A recomendação é de compra (buy), com preço-alvo de R$ 38. O BofA considera que o crescimento da receita tende a ganhar tração à medida que os projetos avancem e o ritmo de comercialização se mantenha elevado.

Segundo os analistas do banco americano, o desempenho das margens deve ser acompanhado de perto, principalmente diante de uma inflação de custos que começa a mostrar sinais de elevação. O SoS (speed of sales) registrado foi de 23%, o que, segundo o relatório, contribui para a manutenção da geração de caixa e do pagamento de dividendos.

Outros destaques

A Direcional também aumentou sua participação nos empreendimentos lançados, alcançando 89% no trimestre, frente a 76,7% no quarto trimestre de 2024 e 72,9% um ano antes. Com isso, o resultado de equivalência patrimonial caiu 44% no trimestre, segundo o BBA. Já a margem do estoque a reconhecer, indicador que projeta resultados futuros de projetos vendidos e ainda em construção, subiu para 44,1%, o maior nível da história da companhia.

No 1T25, a Direcional lançou R$ 802 milhões em valor geral de vendas (VGV), sendo 80% voltado ao Minha Casa Minha Vida e 20% à Riva, marca voltada ao segmento de médio padrão. As vendas somaram R$ 1,1 bilhão no trimestre. A companhia também realizou uma emissão de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) de R$ 370 milhões no período e passou a integrar o Ibovespa.

Para os três bancos, a Direcional continua se beneficiando de um ambiente favorável para habitação de interesse social, e os dados do trimestre indicam espaço para continuidade do crescimento, sustentado por margens elevadas, velocidade de vendas estável e expansão gradual da receita com o avanço das obras.

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