“Escola é acolhimento, confiança e proteção”: seminário aborda combate ao abuso e à exploração sexual infantil em Canoas

O abusador não é um desconhecido, os casos são revelados para pessoas fora do ambiente familiar e cerca de 90% das vítimas apresentam mudanças no comportamento. Estas são as características em comum nas ocorrências de abuso e exploração de crianças e adolescentes observados pela Justiça em Canoas. O combate a estes crimes foi tema do seminário promovido pela Secretaria Municipal de Educação de Canoas (SME), nesta quarta-feira (14), na Ulbra. 

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II Seminário Municipal de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes



II Seminário Municipal de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

Foto: Nicole Goulart/Especial

As reflexões feitas foram direcionadas à comunidade escolar, ou seja, professores, supervisores, orientadores e diretores das escolas da rede municipal canoense. Isso porque notar os sinais e estar aberto ao acolhimento se tornou tarefa dos funcionários das escolas, parte essencial da rede de proteção à vítima menor de idade. 

Entre janeiro e fevereiro deste ano, foram ao menos oito ocorrências registradas por estupro de vulnerável no município. As vítimas têm entre 9 e 14 anos, cuja maioria sofreu violência dentro de suas próprias casas. A quantidade pode ser maior já que alguns casos não constam com a idade das vítimas. Os dados abertos são da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul (SSP-RS). No ano passado, os números contabilizam pelo menos uma criança abusada a cada dois dias em Canoas. 

“A escola é a grande receptora das denúncias, das revelações, de abusos sexual infantil e juvenil. A escola é acolhimento, confiança e proteção. É onde a maioria das vítimas nos diz que se sentiu, de algum modo, à vontade ou segura para relatar”, afirma a juíza Patrícia Tonet, da 2ª Vara Criminal de Canoas, uma das palestrantes no seminário. 

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As instituições de ensino compõem a rede de proteção junto com as famílias, conselhos tutelares, serviços de saúde, assistência social e sistema judiciário. No entanto, é preciso ter comprometimento na denúncia e no desenrolar do caso. “Muitas vezes vocês serão a melhor prova do processo por não tem envolvimento nenhum com aquela família. São pessoas isentas que estavam trabalhando, cumprindo um dever”, observa. “Por isso que eu conclamo que cada um assuma o esse papel de forma proativa”, pede a juíza à comunidade escolar. 

Além da Patrícia Tonet, o seminário contou com a presença da promotora de Justiça titular da 1ª Promotoria de Justiça de Canoas, Renata Pinto Lucena; do delegado da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Canoas, Maurício Barison; da escrivã da Polícia Civil Bianca Benemann de Almeida; e do conselheiro tutelar Denier Larroyd.

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