Ex-Al-Qaeda e encontro com Trump: conheça o presidente da Síria

Ahmed al-Sharaa, atual presidente da Síria, se reuniu com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na terça-feira (13), durante um evento realizado na Arábia Saudita. O encontro marca um importante passo para o líder sírio, que busca obter reconhecimento internacional e estabilizar o país após anos de guerra civil.

A trajetória de Sharaa é incomum. Ele foi membro da Al-Qaeda no Iraque por volta de 2003, durante a invasão liderada pelos EUA, e chegou a ser preso por forças americanas. Após ser libertado, retornou à Síria e se destacou como comandante da Frente Nusra — grupo ligado à Al-Qaeda — sob o nome de guerra Abu Mohammad al-Golani. Em 2016, rompeu publicamente com a Al-Qaeda e começou a redesenhar sua imagem, tentando se afastar do rótulo jihadista.

Sharaa chegou ao poder em dezembro de 2024, depois que seus combatentes derrubaram o presidente Bashar al-Assad, aproveitando a distração dos aliados de Assad, como Rússia e Irã, com outros conflitos. Desde então, adotou um discurso de reconstrução nacional, prometendo um governo mais inclusivo e o fim do regime autoritário anterior.

O encontro com Trump aconteceu pouco depois do ex-presidente americano anunciar o fim das sanções dos EUA contra a Síria. Trump elogiou Sharaa, chamando-o de “um verdadeiro líder” e dizendo que ele tem “uma chance real de unificar o país”.

Apesar das promessas de mudança, Sharaa ainda enfrenta desconfiança internacional e muitos desafios internos, como a presença de grupos armados independentes, tensões sectárias e acusações de manter práticas autoritárias. Israel, por exemplo, ainda o vê como uma ameaça jihadista e realizou ataques aéreos como forma de aviso.

A ascensão de Sharaa representa uma guinada inesperada na história da Síria, levantando dúvidas sobre o futuro político do país e sobre como será o equilíbrio entre reconciliação, poder e justiça.