Foram 4.429 novas empresas abertas durante o primeiro quadrimestre em Canoas

Um ano após a enchente que deixou debaixo d’água metade de Canoas, a volta por cima se manifesta por meio de oportunidades que geram emprego e renda, conforme apontamento a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Inovação (SMDEI).

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Somente nos primeiros quatro meses de 2025, 4.429 novas empresas foram abertas, com predominância de 80% por Microempreendedores Individuais (MEIs) e Microempresas (ME), somados a 20% por indústrias.

Os números da Secretaria apontam ainda mil atendimentos por mês no Escritório do Empreendedor do Município. Ao todo, foram 4.004 registros, além de outros 3.892 atendidos na batizada Sala MEI.

O volume de trabalho, segundo a secretária Patrícia Augsten, dá a medida de solidez do trabalho atualmente desenvolvido na cidade, que é de incentivo a quem estiver disposto a trabalhar.

“Logo após a enchente, muitos imaginavam um êxodo em Canoas”, avalia. “Porém, não foi o que aconteceu. E os números positivos que registramos neste quadrimestre são a prova da volta por cima que a cidade está passando.”

A secretária aponta que, dentro do escopo das empresas criadas, 76% respondem pelo setor de serviços; 18% são ligadas ao comércio; e mais 6% estão associadas a indústrias.

“O aumento das atividades no setor dos serviços é ótimo”, afirma. “E observamos que há muitas empresas de estética e saúde, além de escritórios de direito e contabilidade, abrindo as portas”, acrescenta.

Confiança

O número de pequenos negócios tende a crescer. Isso porque a Administração trabalha em um processo de desburocratização que deve levar a um incentivo maior para quem quiser investir.

“Em Porto Alegre, o empreendedor abre uma pequena empresa em seis horas”, frisa. “Em Canoas, são necessários 30 a 40 dias. Trabalhamos agora para desburocratizar este processo até o final deste ano.”

Parque de Inovação ganha protagonismo

Um segundo eixo de trabalho da Secretaria de Desenvolvimento Econômico diz respeito a tornar Canoas um polo da tecnologia, por meio do Parque Canoas de Inovação (PCI).

Inaugurado em 2018, o PCI possui 250 hectares, capazes de absorver 90 empresas e gerar mais de 10 mil empregos, o que, na avaliação do governo, pode mudar a cara de Canoas para sempre.

O PCI, até agora, possui três empresas consolidadas, cabendo ao Município trabalhar estratégias para atrair novos negócios, defende Patrícia. A ideia é criar permutas com as empresas, investindo também na infraestrutura do Parque.

“Canoas tem capacidade para se tornar um dos três maiores parques tecnológicos do Brasil”, defende a secretária. “Montamos estratégias e estamos em busca de parceiros dispostos a crescer.”

Após um 2024 marcado pela instabilidade devido à tragédia climática e também à turbulência política, Patrícia afirma ser importante criar um ambiente favorável aos bons negócios.

“Sabemos que o Parque Canoas de Inovação pode acrescentar até 20% no nosso PIB [Produto Interno Bruto]”, reforça. “Levantamentos apontam cidades, aqui mesmo no Estado, que cresceram ao fomentar negócios ligados à tecnologia e inovação.”

Mais empregos

Saíram de cena os propagados Feirões e entraram em cena as Caravanas de Emprego. A estratégia montada pela SMDEI vem garantindo parcerias com empresas parceiras e divulgando oportunidades.

Mirando a qualificação profissional e a empregabilidade da população, Canoas vem firmando parcerias com o Senai, Instituto Federal e outras instituições, visando preparar trabalhadores.

“Notamos a dificuldade da indústria em obter mão de obra qualificada, então estamos com uma busca ativa para levar à população a qualificação necessária para garantir emprego e renda”, explica.

O pontapé inicial aconteceu no começo do ano, quando, graças a um convênio com o Senai, houve cursos abertos de administração de Materiais e Logística Integrada, Tecnologias da Indústria 4.0 e Eletricista Predial.

“A ideia é criar cada vez mais oportunidades de formação visando a qualificação para áreas específicas da indústria e construção civil”, avisa. “Precisamos somente que a população se envolva e participe.”