Inteligência artificial no turismo exige foco no básico, alerta especialista na convenção da HotelDO

Alexandre Cordeiro, da Travel Tech Hub

Alexandre Cordeiro, da Travel Tech Hub (Ana Azevedo/M&E)

MACEIÓ – Durante a convenção da HotelDO, realizada nesta quarta-feira (14) em Alagoas, o fundador da plataforma Travel Tech Hub, Alexandre Cordeiro, afirmou que o setor de turismo “precisa abandonar o deslumbramento com soluções de inteligência artificial e concentrar esforços em resolver problemas operacionais simples”. A fala foi feita para um público de 250 convidados, dos quais 170 eram agentes de viagens.

“A transformação digital não é mais opcional, mas ela não pode ser sobre modinha, não pode ser sobre a tecnologia do momento. Tem que resolver problema real. E o primeiro deles é saber se a sua empresa está funcionando bem. O atendimento é bom? O cliente volta? A tecnologia entra aí, não antes”, disse.

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Ao abordar o impacto das novas ferramentas digitais no dia a dia das agências, Cordeiro defendeu que a digitalização só tem valor quando melhora a vida do consumidor e facilita processos. “Transformação não é o que está no LinkedIn, é o que está no seu fluxo de trabalho. Não adianta colocar inteligência artificial se o básico ainda não funciona.”

O executivo chamou a atenção para o excesso de entusiasmo com soluções automatizadas que, muitas vezes, não são úteis para o cotidiano da agência. Segundo ele, o risco é investir tempo e recursos em plataformas que geram pouca eficiência e nenhum retorno para o cliente final.

“O que o viajante quer é uma viagem bem resolvida. E ele precisa que alguém resolva isso com inteligência — humana ou artificial. Quem está no balcão precisa entender isso: não é sobre fazer tudo mais tecnológico, é sobre fazer o que importa para o passageiro”, afirmou.

“Não é sobre fazer tudo mais tecnológico, é sobre fazer o que importa para o passageiro”

Para o especialista, a adoção de ferramentas de IA deve ser guiada por estratégia, e não por vaidade ou marketing. “É fácil impressionar com IA. Difícil é fazer um reemissão de passagem no sábado à noite. A operação bem feita ainda é o que constrói valor.”

“A operação bem feita ainda é o que constrói valor.”

Cordeiro encerrou reforçando que o papel do agente de viagens continua sendo central, mesmo diante de inovações. “O agente é o curador. A tecnologia ajuda, mas ela não conhece o cliente como você. É essa escuta ativa e a capacidade de resolver o problema que fazem a diferença.”

*O M&E viaja com proteção da GTA e apoio da Shift Mobilidade.

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