JBS (JBSS3) recua quase 6% após lucro saltar 77% no 1T25; entenda a reação do mercado

JBS (JBSS3)

As ações da JBS (JBSS3) operavam em forte queda nesta quarta-feira (14), mesmo após a companhia reportar um lucro 77,6% maior no primeiro trimestre de 2025 (1T25), na comparação anual. Às 12h37 (horário de Brasília), a ação da maior produtora de carnes do mundo recuava 5,80%, a R$ 38,47.

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A XP Investimentos vê os resultados como sólidos, superando a sazonalidade na maioria das proteínas, com a carne bovina nos EUA e Brasil como exceção. Por outro lado, o fluxo de caixa (FCF) veio abaixo da expectativa.

De acordo com a XP, as operações de aves e suínos continuam em destaque nos EUA e no Brasil, impulsionando as margens consolidadas, enquanto a Austrália também contribuiu positivamente.

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Já a JBS Brasil contraiu mais do que o esperado e a margem Ebitda ajustada de US beef foi negativa em 1,8%, levantando a questão de quão baixas as margens podem chegar ou quão pequena essa unidade de negócios poderia se tornar.

Por outro lado, o consumo de caixa foi maior do que o esperado pela XP, totalizando R$ 5,3 bilhões em comparação com a estimativa de R$ 1,9 bilhões, impulsionado principalmente por estoques e ativos biológicos.

“Considerando que não são tempos normais para a JBS, a volatilidade deve aumentar no curto prazo à medida que a assembleia geral da dupla listagem se aproxima, e as discussões da conferência de resultados devem ditar o movimento das ações”, na opinião da XP.

O Bradesco BBI também considerou sólidos os resultados da JBS no 1T25. Embora as margens da carne bovina nos EUA tenham se deteriorado, o banco não acredita que o desempenho tenha ficado abaixo das expectativas após a divulgação dos resultados da TSN, e mais uma vez serviu para comprovar como um ciclo negativo do gado nos EUA também deve beneficiar as outras unidades de negócios da JBS.

Na opinião do BBI, esses resultados colocam a JBS no caminho certo para apresentar resultados anuais crescentes em reais, especialmente com a contínua alta dos spreads de aves nos EUA. A dinâmica do mercado de carne bovina foi o principal fator negativo, mas esperamos alguns esclarecimentos adicionais durante a teleconferência de resultados de amanhã.

“No entanto, vemos o histórico de ações da JBS agora muito mais ligado à reclassificação, que deve ser desencadeada mais pela listagem nos EUA do que apenas pela dinâmica dos lucros”, comenta BBI. O banco também continua a ver bastante espaço para as ações subirem para que os múltiplos da PPC e, especialmente, da TSN sejam alcançados. o BBI manteve classificação de compra e preço-alvo de R$ 60.

Segundo a Genial Investimentos, o resultado da JBS ficou um pouco abaixo das expectativas da própria casa, com margem EBITDA de 7,8% (0,6 p.p. abaixo da estimativa), refletindo queda trimestral e leve alta anual. Ainda assim, o número ficou em linha com o consenso de mercado (Bloomberg), já que a Genial estava mais otimista que os demais analistas.

Os destaques positivos do resultado da JBS foram Seara, JBS Brasil e PPC, que superaram ou ficaram em linha com as expectativas de margem da Genial. Seara teve forte desempenho com margem de 19,8%, impulsionada por vendas internas aquecidas e exportações saudáveis. JBS Brasil (4,1%) surpreendeu positivamente, mesmo com alta no preço do boi, e PPC (14,8%) manteve margem elevada apesar do aumento nos custos de grãos.

Por outro lado, na avaliação da Genial, os destaques negativos foram Beef North America, USA Pork e JBS Austrália, com margens abaixo do esperado. A operação de Beef nos EUA voltou ao campo negativo, USA Pork foi pressionada por custos elevados e a Austrália sentiu o impacto do alto custo do gado e da performance ainda fraca nas operações de salmão.

A Genial reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 54,50.

O Goldman Sachs, por sua vez, comenta que a JBS apresentou mais um conjunto consistente de resultados, com a Pilgrim’s e a Seara alcançando os maiores níveis de rentabilidade para um primeiro trimestre.

Embora os números possam gerar uma nova rodada de revisões positivas – ainda que moderadas – nas estimativas do consenso, o Goldman reconhece que a reação de curto prazo das ações pode ser parcialmente limitada pelas recomendações divergentes de agências de proxy antes da assembleia de acionistas que votará sobre a dupla listagem.

O banco americano reiterou recomendação de compra para as ações da JBS, com preço-alvo de R$ 54,20.

Na mesma linha que as outras instituições, a Ativa Investimentos avalia que a JBS apresentou desempenho bom, próximo ao esperado, apesar da alta de custos.

A Ativa destaca que a Seara e a Pilgrim’s alcançaram suas melhores margens históricas para o período (19,8% e 14,8%, respectivamente), refletindo excelência operacional e mix de maior valor agregado.

O time de análise da Ativa manteve classificação de compra e preço-alvo de R$ 38,70.

A JBS apresentou resultados em linha com estatimativas do BTG, com receita líquida de R$ 114 bilhões e EBITDA ajustado de R$ 8,9 bilhões. O lucro líquido foi de R$2,9 bilhões, 37% acima das expectativas, impulsionado por menores despesas financeiras.

Para BTG, a performance foi sustentada pelos segmentos de frangos e suínos, especialmente Seara, que atingiu margem EBITDA recorde de 19,8%. Em contrapartida, as operações de carne bovina nos EUA e Brasil apresentaram margens comprimidas. O fluxo de caixa foi negativo em R$4,9 bilhões, por efeito sazonal no capital de giro e pagamento de impostos.

Mesmo com margens revertendo à média histórica, o BTG vê potencial de expansão de múltiplos com o IPO nos EUA. A ação negocia a 5,4 vezes Valor da Firma (EV)/EBITDA para 2025, abaixo de Tyson (7,6 vezes) e PPC (6,8 vezes). O BTG manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 48, baseada na convergência dos múltiplos com seus pares globais.

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