Merz: “Forças Armadas alemãs serão as mais fortes da Europa”

Em sua primeira declaração de governo perante o Bundestag (Parlamento alemão), o chanceler federal da Alemanha, Friedrich Merz, disse nesta quarta-feira (14/5) que quer transformar as Forças Armadas do país (Bundeswehr) nas mais fortes da Europa.

“O governo federal fornecerá todos os meios financeiros necessários para que a Bundeswehr se torne convencionalmente as forças armadas mais fortes da Europa”, assegurou. “Queremos estar em condições de nos defender para que não tenhamos de nos defender”, enfatizou o chanceler federal alemão, porque a lição da guerra da Rússia na Ucrânia é que “a força dissuade os agressores” e “a fraqueza, pelo contrário, convida à agressão”.

Merz ressaltou que fortalecer a Bundeswehr é a prioridade máxima do seu governo, formado por uma coalizão de conservadores e social-democratas.

O novo chanceler dispõe de uma nova estrutura legal que permite ao governo gastar como nunca em defesa. Na reforma constitucional aprovada em março, o teto da dívida para todos os gastos militares que excedam 1% do PIB, aproximadamente 43 bilhões de euros, foi removido.

A Alemanha atingiu a taxa de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em gastos com defesa durante o mandato do ex-chanceler federal Olaf Scholz, antecessor de Merz. Essa é a porcentagem mínima exigida pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O líder do novo governo alemão prometeu mantê-la

Apoio sem reservas à Ucrânia

Merz também reafirmou o apoio “sem reservas” da Alemanha à Ucrânia na guerra contra a Rússia. “Apoiamos firmemente a Ucrânia atacada”, declarou. Merz enfatizou que a Alemanha não entrará na guerra. “Mas também não somos terceiros indiferentes”, afinal, o que “está em jogo é nada menos que a ordem de paz” de todo o continente europeu.

Diante disso, afirmou Merz, a Europa deve, mais do que nunca, permanecer unida. Para isso, a Alemanha tomará iniciativas “para revitalizar os ideais europeus de liberdade e paz”, anunciou.

Segundo o chanceler, a Alemanha oferecerá “confiabilidade e previsibilidade” a nações parceiras e amigas, especialmente por meio de uma política externa e de segurança “que sirva a uma Europa forte”.

Ele disse contar com a estreita cooperação do presidente dos EUA, Donald Trump, nos esforços para acabar com a guerra na Ucrânia. É “de suma importância que o Ocidente não se deixe dividir”, destacou. Ele, portanto, “fará todos os esforços para continuar a alcançar a maior unidade possível entre os parceiros europeus e americanos”.

Infraestrutura e economia

Merz também dedicou boa parte de seu discurso à política interna, sobretudo a econômica e de imigração. Ele disse que o novo governo alemão quer estimular a economia com alívio fiscal, investimentos em infraestrutura e menos burocracia.

“Podemos, por meio de nossos próprios esforços, tornar-nos de novo um motor de crescimento para o qual o mundo olhe com admiração”, disse Merz em sua primeira declaração governamental no Bundestag.

“Queremos apoiar a União Europeia na conclusão do maior número possível de novos acordos comerciais”, acrescentou. A Alemanha, ao contrário da França, pressiona pela conclusão das negociações de livre comércio com o Mercosul.

Merz apontou a infraestrutura como um dos principais problemas da economia alemã. “É por isso que estamos investindo em nossa infraestrutura, em boas estradas e trens pontuais, pelos quais a Alemanha já foi tão admirada”, afirmou. Estão previstos até 150 bilhões de euros em investimentos públicos em infraestrutura, e o governo espera que haja também investimentos privados.

Leia mais notícias como esta em DW, parceiro de Metrópoles.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.