Para cada 1 Bitcoin criado, 3 são comprados por empresas

A demanda por Bitcoin por parte de empresas está crescendo de forma acelerada. Mais do que isso, ela já supera — com ampla margem — a oferta da criptomoeda. De acordo com o relatório mais recente da gestora Bitwise, companhias listadas em bolsa compraram 196.207 Bitcoins apenas no primeiro trimestre de 2025. No mesmo período, a rede gerou apenas 60.044 novos BTCs por meio da mineração.

Em outras palavras, para cada 1 Bitcoin minerado, 3 foram comprados por empresas. Importante destacar que o relatório exclui ETFs, fundos e investidores de varejo, concentrando-se exclusivamente em companhias que adicionam Bitcoin diretamente aos seus balanços patrimoniais.

Como resultado, essa diferença entre oferta e demanda reforça ainda mais a escassez programada do Bitcoin. Consequentemente, o preço da criptomoeda disparou, acumulando mais de 50% de valorização desde o início do ano.


Empresas aceleram compras de Bitcoin como estratégia corporativa

A tendência de companhias que adotam o Bitcoin como parte de sua política de tesouraria está ganhando força. Além disso, muitas delas vêm colhendo resultados expressivos com a valorização do ativo digital. A seguir, veja os principais destaques do trimestre:

Strategy (EUA)

A antiga MicroStrategy, liderada por Michael Saylor, comprou 13.390 BTC em maio, com um investimento de aproximadamente US$ 1,3 bilhão. Assim, o total sob sua custódia subiu para 568.840 BTC, o equivalente a mais de US$ 39 bilhões. Como consequência, suas ações já acumulam alta superior a 110% em 2025, impulsionadas pela forte estratégia cripto.

Metaplanet (Japão)

A empresa japonesa comprou 319 BTC no trimestre, elevando seu total para 4.525 BTC. Além disso, anunciou uma meta ousada: atingir 10.000 BTC até o fim de 2025. Desde a adoção da estratégia, suas ações já subiram mais de 350%, tornando-se uma das maiores valorizações da bolsa de Tóquio.

Ming Shing (Hong Kong)

A construtora asiática ingressou no mercado cripto por meio da subsidiária Lead Benefit, comprando 833 BTC. Por consequência, passou a integrar o grupo de empresas que diversificam patrimônio com ativos digitais. Desde o anúncio, suas ações se valorizaram cerca de 80% no ano.

Rumble (Canadá)

A plataforma de vídeos descentralizada comprou 188 BTC em março, marcando sua primeira alocação pública em Bitcoin. Além disso, reforçou a tendência de empresas de tecnologia se voltarem aos criptoativos. Posteriormente, suas ações valorizaram aproximadamente 65% em 2025.

Semler Scientific (EUA)

Em um movimento surpreendente, a empresa de tecnologia médica adquiriu 581 BTC em maio. Segundo comunicado, o Bitcoin agora representa seu principal ativo de tesouraria. Como resultado, suas ações dispararam mais de 270% em poucos dias, liderando os ganhos da Nasdaq no trimestre.

Hut 8 (EUA)

Apesar de atuar como mineradora, a Hut 8 aumentou suas reservas próprias em 2025 e mantém hoje 9.100 BTC em caixa. Além disso, o otimismo pós-halving elevou suas ações, que já acumulam alta de 120% no ano.

Dei Holdings (Coreia do Sul)

A empresa do setor de mídia e entretenimento comprou 100 BTC como forma de diversificar seu caixa. Ainda que o volume inicial seja menor, o impacto foi relevante: suas ações já subiram mais de 40% desde janeiro.

Número de empresas com Bitcoin cresce 18% no trimestre

Além dos nomes já consolidados, o relatório da Bitwise revelou que 12 empresas compraram Bitcoin pela primeira vez apenas no primeiro trimestre de 2025. Com isso, o total de companhias listadas com BTC em seus balanços subiu para 79, um aumento de 18% em comparação ao trimestre anterior.

Esse movimento indica que a adoção corporativa está longe de atingir seu pico. Cada vez mais empresas reconhecem o Bitcoin como ativo estratégico, seja como proteção contra inflação, reserva de valor ou diversificação de caixa.


Demanda global por Bitcoin ganha força fora dos EUA

Embora os Estados Unidos ainda liderem em volume absoluto, o interesse corporativo por Bitcoin está se expandindo rapidamente em outros países.

  • No Japão, a Metaplanet tornou-se a ação com melhor desempenho da bolsa local, impulsionada pela sua estratégia cripto.
  • Na Europa, empresas na França e Suíça estão sinalizando entrada no mercado.
  • No Brasil, ao menos duas companhias listadas na B3 estudam formalizar políticas de tesouraria com ativos digitais, segundo fontes de mercado.

Esse crescimento global reforça a legitimidade do Bitcoin como ativo institucional e tende a acelerar sua aceitação entre investidores conservadores.


Escassez do Bitcoin encontra a demanda corporativa

Com o halving de abril de 2025, a emissão diária de novos Bitcoins caiu pela metade. Agora, menos BTCs são criados, enquanto mais empresas buscam adquirir a moeda digital como parte de suas reservas estratégicas.

A matemática é clara: três Bitcoins são comprados para cada um criado. Esse desequilíbrio estrutural entre oferta e demanda cria um cenário onde a valorização contínua se torna uma consequência natural.


Bitcoin deixa de ser aposta e vira política de tesouraria

O que antes era visto como uma alternativa especulativa, agora ganha status de ferramenta corporativa. Para muitas empresas, o Bitcoin já é tão estratégico quanto caixa ou títulos do Tesouro.

A tendência, ao que tudo indica, está apenas começando. E se o ritmo atual continuar, o número de empresas com BTC em seus balanços deve bater recordes ainda em 2025.


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