Airbnb planeja novos produtos e reforça ambição de se tornar plataforma de lifestyle

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CEO da Airbnb, Brian Chesky (Reprodução/Instagram)

Desde 2016, a Airbnb vem sinalizando que pretende ir além da hospedagem. A ideia de se tornar uma plataforma de viagens completa — incluindo experiências, moradia e transporte — ganhou força nos bastidores da empresa. Na época, a proposta parecia natural: permitir que os usuários reservassem voos ou opções de transporte público ao mesmo tempo em que escolhem onde se hospedar.

Em 2019, a contratação de Fred Reid, ex-CEO da Virgin America e presidente da Delta, como chefe global de transportes, deu novo fôlego à iniciativa. No entanto, a pandemia de Covid-19 interrompeu esses planos. Reid deixou a empresa em 2020, e desde então a Airbnb tem mantido discrição sobre sua atuação nesse setor.

Apesar do hiato, a ambição de integrar soluções de transporte ao ecossistema da plataforma ainda não foi totalmente abandonada. Em declarações recentes, o CEO Brian Chesky tem reiterado o desejo de que a Airbnb seja utilizada com mais frequência: “Queremos que as pessoas usem a plataforma semanalmente, e não apenas algumas vezes por ano”. Segundo ele, a empresa pretende se consolidar como uma plataforma de estilo de vida, com a meta de lançar de dois a três novos produtos por ano — cada um com potencial para gerar bilhões de dólares em receita.

Novos produtos e relançamentos

Entre os planos já anunciados estão o relançamento do Airbnb Experiences em 2025, com atividades acessíveis e exclusivas; e a expansão de ofertas para estadias de longo prazo. Outra aposta estratégica está no uso de inteligência artificial para personalizar buscas, definir preços e prever comportamentos de consumo.

Expansão Internacional

A empresa também vem acelerando sua expansão internacional, especialmente em mercados como Brasil, México, Japão e China. No Brasil, a adaptação da marca às preferências locais já tem refletido em um crescimento expressivo nas reservas, especialmente fora dos grandes centros urbanos.

Esses movimentos visam reduzir a dependência de mercados como Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, França e Austrália, que hoje representam cerca de 70% do valor bruto de reservas da empresa.

O que vem por aí?

A entrada oficial no setor de transporte aéreo continua sendo uma incógnita. Ao ser questionado sobre a possibilidade de lançar uma companhia aérea ou uma plataforma de vendas de passagens, Chesky declarou que esse não é o objetivo. “Não me interessa construir uma companhia aérea ou criar apenas mais um site para comprar passagens. Mas existe uma enorme oportunidade de melhorar a experiência de transporte para todos”, disse.

Se essa oportunidade se concretizar nos próximos anos, ela poderá se tornar o maior teste para a ambição da Airbnb de dominar todas as etapas de uma viagem — da escolha do destino à chegada segura.

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