Boa Safra dobra lucro no 1TRI25 com carteira de pedidos recorde

A Boa Safra Sementes (SOJA3) encerrou o primeiro trimestre de 2025 com lucro líquido de R$ 16,85 milhões, avanço de 108,31% na comparação com igual período do ano passado. Os resultados mostram o impacto positivo da diversificação de culturas e da normalização do calendário agrícola no desempenho financeiro da companhia.

A receita operacional líquida somou R$ 131,2 milhões entre janeiro e março, alta de 89,89% na comparação anual. Segundo o CFO da companhia, Felipe Marques, a sazonalidade tradicionalmente desfavorável do primeiro trimestre tem perdido força à medida que culturas além da soja ganham relevância. “Historicamente, o primeiro trimestre era fraco, mas agora já reflete a diversificação do nosso portfólio”, afirmou. Sorgo, feijão, trigo, milho e sementes de cobertura representaram 65% da receita no trimestre — ante apenas 10% em todo o ano de 2024.

A carteira de pedidos de sementes de soja atingiu R$ 1,4 bilhão, alta de 40% frente ao volume registrado um ano antes. Já nas demais culturas, os pedidos somaram R$ 17 milhões. O bom desempenho operacional também foi favorecido por um início de safra com clima regular, sem os atrasos verificados no ciclo anterior.

A capacidade de beneficiamento foi mantida em 280 mil big bags, enquanto a área contratada para produção de sementes cresceu 20%, totalizando 274 mil hectares. “A nossa expectativa é que a venda cresça para atender o que a gente está produzindo e a capacidade do dinheiro que a gente imobilizou como companhia”, disse Marques.

O lucro bruto da Boa Safra foi de R$ 12,1 milhões no período, revertendo prejuízo de R$ 7,7 milhões no 1T24. Já o Ebitda ajustado permaneceu negativo, em R$ 28,6 milhões, com margem de -21,78%. O lucro líquido ajustado foi de R$ 718 mil, frente a uma perda de R$ 5,84 milhões no mesmo intervalo do ano anterior.

Reforço financeiro

Para sustentar o crescimento, a Boa Safra realizou uma emissão de R$ 500 milhões em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), com vencimento em cinco anos. Com a operação, a empresa encerrou março com dívida líquida negativa de R$ 51 milhões e 91,5% do endividamento concentrado no longo prazo. “Temos mais de 90% da nossa dívida com prazo superior a um ano, algo que poucas empresas têm no agro”, destacou o executivo.

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