Casas Bahia tem melhora operacional, mas com fluxo de caixa e lucro sob pressão

Casas Bahia

A Casas Bahia (BHIA3) divulgou seus resultados do primeiro trimestre na quarta-feira (14), registrando prejuízo de R$ 408 milhões — alta de 56,3% na comparação anual, mesmo com avanços na receita. Após abrir em queda, as ações da varejista revertiam o sinal e subiam 0,59% às 11h17, cotadas a R$ 5,11.

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Na avaliação da XP, a varejista reportou resultados mistos, com melhorias nos resultados operacionais, mas o lucro líquido e o fluxo de caixa livre ainda seguem pressionados pelos resultados financeiros e passivos legais.

O volume bruto negociado (GMV) total consolidado aumentou 10% na base anual, mais uma vez apoiado pelo sólido desempenho das lojas físicas, enquanto o online permanece pressionado, com ajustes no posicionamento do 1P (venda direta) que ainda ofuscam o 3P (vendas realizadas por vendedores parceiros).

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A companhia divulgou seu balanço na noite desta quarta-feira

Para a Genial Investimentos, a Casas Bahia surpreendeu na ponta de cima, com forte crescimento, margem sólida e o melhor vendas mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês) dos últimos anos. “Mas, nos bastidores, os sinais de pressão sobre a inadimplência reacendem o alerta — e podem pesar nos trimestres à frente”, pontua.

Apesar da carteira de crédito ter recuado de R$ 6,2 bilhões no 4T24 para R$ 6,1 bilhões no 1T25, a provisão para devedores duvidosos (PDD) subiu de R$ 626 milhões para R$ 661 milhões, o que, na avaliação da Genial, pode sugerir o início de uma deterioração na qualidade da carteira, possivelmente ligada ao crédito originado no 4T24 — momento de pico promocional.

“Ainda é cedo para tratar como tendência, mas é o tipo de movimento que merece acompanhamento atento nos próximos trimestres”, comenta Genial. Num cenário de juros mais altos e consumo em desaceleração, qualquer aumento da inadimplência pode corroer margens e atrasar a virada definitiva da companhia.

A Genial manteve recomendação de venda e preço-alvo de R$ 4.

O Morgan Stanley, por sua vez, destaca que o plano de transformação da Casas Bahia avança, mas o fluxo de caixa continua pressionado.

Como parte da segunda fase do plano de transformação da Casas Bahia, a empresa permanece focada na melhoria das operações principais e no crescimento da receita; como parte dessa fase, a administração está aprimorando os controles sobre promoções, juntamente com uma nova onda de renegociação de contratos para ajudar a reduzir custos.

O Morgan Stanley reiterou recomendação de venda.

O BTG Pactual também destaca que a Casas Bahia apresentou melhora operacional no 1T25, com receita bruta de R$ 8,3 bilhões, 2% acima da estimativa. O GMV consolidado subiu 10% a/a, com destaque para o canal físico (+16% a/a).

O EBITDA ajustado foi de R$ 570 milhões, 4% acima das expectativas do BTG, mas o prejuízo líquido ajustado ampliou-se para R$ 408 milhões, pressionado por despesas financeiras de R$ 922 milhões.

Apesar da melhora operacional, o BTG ressalta que a estrutura de capital segue pressionada. Com isso, o banco manteve recomendação neutra e preço-alvo de R$ 3, dado o cenário competitivo desafiador e taxas de juros elevadas.

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