JBS (JBSS3): para Goldman Sachs, queda de ações pós-balanço é oportunidade de entrada

JBS (JBSS3)

As ações da JBS (JBSS3) fecharam em queda de 3,67% na véspera, em sessão pós-balanço do primeiro trimestre de 2025 (1T25), após chegarem a cair mais de 6% no intraday. Para os analistas do Goldman Sachs, contudo, essa baixa pode representar um bom ponto de entrada.

Os analistas do banco americano ressaltam em relatório que a empresa de proteínas reportou resultados consistentes do 1T25, que estavam em linha com as expectativas.

“Acreditamos que essa queda se deve principalmente ao aumento das preocupações dos investidores no curto prazo por recomendações contraditórias das agências de ‘proxy’ Institutional Shareholder Services (ISS) e Glass Lewis, antes da assembleia de acionistas agendada para votar a dupla listagem”, aponta o Goldman Sachs.

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Contudo, nos preços atuais, os analistas consideram que as ações da JBS apresentam um ponto de entrada atraente em termos de risco-retorno, com possibilidades de alta surgindo não apenas do evento de dupla listagem na Bolsa, mas também de uma tendência de lucros consistente, um superciclo global duradouro para o frango, geração robusta de fluxo de caixa livre e alocação de capital eficaz.

“Assim, reiteramos nossa recomendação de compra para as ações da JBS”, aponta.

Ao dar mais detalhes sobre a queda da véspera, o Goldman acredita que ela ocorre por uma visibilidade limitada antes da reunião de acionistas em 23 de maio. As ações da JBS subiram 19% desde que a empresa anunciou um acordo privado entre seu acionista controlador e o BNDES no contexto da votação sobre a dupla listagem nos EUA (em comparação com +6% do Ibovespa), mas caíram 8% desde que as agências de proxy ISS e Glass Lewis divulgaram suas recomendações contra a estrutura proposta (em comparação com +1% do Ibovespa).

As agências de proxy não questionaram os méritos da operação, mas levantaram preocupações sobre a governança corporativa em geral, especialmente à luz da estrutura de classes de ações duplas e dos direitos de voto supermajoritário de 10:1 incorporados nas ações da Classe B.

“Não temos uma posição sobre a votação dos acionistas ou o resultado da reunião, mas observamos: de acordo com a administração, o free float da JBS está atualmente dividido entre cerca de 55% de investidores de longo prazo, 20-30% de fundos passivos, 15-20% de swaps, e o restante consiste em investidores de varejo”, avaliam os analistas.

Investidores internacionais representam cerca de 80% do free float, em comparação com cerca de 20% de detentores brasileiros. Supondo que os fundos passivos votem de acordo com as agências de proxy e contra a listagem dupla, estima-se que a administração precisaria de 65-70% dos investidores não passivos votando a favor da proposta. É necessário que pelo menos 25% do capital social em circulação esteja presente na primeira tentativa da reunião extraordinária dos acionistas.

Excluindo o acionista controlador e o BNDES, o free float representa cerca de 31% das ações totais da JBS. Durante as reuniões ordinárias e extraordinárias de acionistas que ocorreram em 2024, todos os assuntos propostos pela equipe de administração foram aprovados com uma faixa de 63% a 100%. A participação foi equivalente a 88% da base acionária, ou 61% excluindo o acionista controlador e o BNDES. Os tópicos com votações mais apertadas foram a eleição dos acionistas controladores para o Conselho, que foi aprovada com 63% dos votos válidos (com 38% do free-float presente votando a favor, enquanto as abstenções somaram 4%).

Nos preços atuais, o Goldman vê as ações da JBS sendo negociadas a um desconto implícito de 24% em relação à concorrente Tyson, com base em seus múltiplos e usando os dados do balanço mais recente. “Como afirmamos anteriormente, acreditamos que a JBS deve ser negociada pelo menos em paridade com a Tyson. Na verdade, no 1T25, a JBS superou a Tyson em todos os segmentos de concorrência”, avalia.

A recomendação é de compra para as ações da JBS, com um preço-alvo de 12 meses de R$ 54,20, com base em uma avaliação por soma das partes.

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