Luta contra Alzheimer avança com novos medicamentos — como o spray nasal

Alzheimer

O combate ao Alzheimer está em uma nova fase, com novos medicamentos e tratamentos entrando no mercado. No Brasil, um medicamento injetável foi aprovado, enquanto nos Estados Unidos, um spray nasal inovador está em desenvolvimento.

A ciência avança em busca de terapias capazes de frear a progressão da doença neurodegenerativa mais comum no mundo, que deve afetar 5,5 milhões de brasileiros até 2050, segundo estimativa da Fapesp de 2023.

Em abril, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou um novo medicamento para auxiliar no tratamento de adultos com Alzheimer, especialmente no início da doença. Chamado Kisunla (donanemabe), o fármaco foi desenvolvido pela Eli Lilly.

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Seu princípio ativo está diretamente ligado às chamadas placas beta-amiloides, um dos principais marcadores do Alzheimer. Quando presente em excesso no organismo, essa proteína se acumula entre os neurônios, comprometendo suas conexões.

Além disso, um spray nasal está sendo explorado como uma opção terapêutica. Os resultados de um projeto liderado pela Universidade do Texas indicam que esse spray pode ampliar ainda mais as opções de tratamento contra o Alzheimer. O neurologista Rakez Kayed e sua equipe desenvolveram um spray que visa uma outra proteína crucial para a progressão da doença: a tau.

Embora a proteína tau seja essencial para a estabilidade das conexões neuronais, ela se torna tóxica quando há um acúmulo anormal no cérebro. O spray utiliza um anticorpo experimental, o TTCM2, encapsulado em lipídios que ajudam a atravessar a barreira hematoencefálica, um dos principais desafios no tratamento de doenças cerebrais.

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Os resultados do estudo da equipe de Kayed foram publicados em julho do ano passado, mostrando evidências de que o medicamento é capaz de eliminar os acúmulos de tau, resultando em melhorias na função cognitiva observadas em ratos de laboratório com problemas neurológicos.

O próximo objetivo é adaptar a fórmula para testes em humanos, com a expectativa de iniciar os ensaios clínicos nos próximos anos. Se os resultados forem positivos, o medicamento pode ser aprovado entre 2028 e 2030, de acordo com projeções dos pesquisadores.

Diagnósticos devem dobrar até 2050

Esses avanços ocorrem em um cenário preocupante, pois, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de idosos no Brasil deve quase dobrar nas próximas décadas, passando de 34 milhões em 2024 para cerca de 65 milhões em 2050. Com isso, o número de diagnósticos de demências tende a aumentar.

O Alzheimer representa cerca de 60% dos 2,71 milhões de casos de demência registrados no Brasil, conforme o Ministério da Saúde. Embora os sintomas geralmente se manifestem após os 60 anos, especialistas alertam que a doença não é uma consequência natural do envelhecimento.

Fatores como tabagismo, consumo excessivo de álcool, doenças vasculares, diabetes, depressão e sedentarismo aumentam significativamente o risco.

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