MP denuncia motoboy que mandou Tarcísio e Olim “enfiarem chip no rabo”

São Paulo – O motoboy Elias Freitas Júnior, conhecido como JR Freitas, líder de um movimento autônomo da categoria, foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) por injúria contra o deputado estadual Delegado Olim (PP). Júnior mandou o parlamentar e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) “enfiarem o chip um no rabo do outro”.

A fala foi feita durante um discurso na praça da Sé, na região central da capital, no dia 18 de março, em que JR Freitas criticava o projeto de lei apresentado por Olim, e depois sancionado por Tarcísio, que prevê a identificação e rastreamento de serviços de entrega por motoboys por meio da instalação de chips na mochila de profissionais.

“Eles querem colocar um chip na moto? Eu vou dar um recado aqui para o Tarcísio de Freitas e para o delegado Olim, para os dois. Pega o chip que rastreia cada um e enfia um no rabo do outro para a mulher de vocês saberem onde vocês estão”, afirmou Júnior em meio a manifestantes que estavam ao redor.

Veja vídeo:

O motoboy, que é filiado ao PSol, também postou o trecho com a fala em sua conta no Instagram, que tem 110 mil seguidores. Após a publicação, Olim moveu uma ação por difamação e, após inquérito conduzido pelo 1º DP da Polícia Civil, o Ministério Público ofereceu a denúncia.

“É inacreditável que um deputado queira me processar criminalmente por lutar pelos meus direitos. Eu sou um cara simples, de quebrada, trabalhador, pai de família. Como qualquer cidadão comum que vive nesta cidade. Ele é deputado, delegado, um político que tem poder nas mãos – e está usando esse poder para me pressionar e tentar me responsabilizar criminalmente”, afirmou Freitas ao Metrópoles.

Já Olim afirmou que a fala do motoboy foi uma “falta de respeito comigo e com o governador”. “Ele acha que é o dono do mundo, então agora ele vai pelo menos ter uma dorzinha de cabeça. A pessoa tem o direito a falar o que quiser, ele podia ter feito o discurso dele, falado que não concordava. Aquilo [a lei] é para salvar o pessoal que trabalha que nem ele. Não é para tomar dinheiro de ninguém. Essa lei é para ajudá-los a não ser toda hora ser parados pela Polícia Militar”, afirmou o deputado.

“O que eu fiz foi exercer minha liberdade de expressão e meu direito constitucional à manifestação. Isso, pra mim, já caracteriza perseguição política. Ele já entendeu que eu sou um militante político de esquerda, e ele, sendo um deputado eleito pela extrema direita, está tentando me calar”, rebateu Júnior. “Tenho 42 anos e nunca respondi a nenhum processo criminal. Nenhum. Essa é a primeira vez que corro o risco de perder meu réu primário e justamente por exercer um direito legítimo.”

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