MPSP investiga acidente que matou peixes e pintou animais de azul

São Paulo – O acidente que deixou o Córrego das Tulipas, em Jundiaí, no interior de São Paulo, azul após cerca de 2 mil litros de corante terem sido derramados na água vai ser investigado pelo Ministério Público de São Paulo. O incidente aconteceu nessa terça-feira (13/5).

Em nota enviada nesta quinta-feira (15), a Promotoria de Justiça de Jundiaí informou que foi instaurado inquérito civil, determinando requisição de inquérito policial e de informações ao município e à Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).

O inquérito quer apurar a dinâmica do acidente, os responsáveis pelo derramamento do corante, a contaminação da água, os prejuízos para a fauna e a extensão do dano, além das medidas a serem adotadas para reparação.

Segundo a nota, recentemente, outros acidentes semelhantes ocorreram no local.

A Associação Mata Ciliar, que resgatou 4 dos animais que apresentaram coloração azulada após o acidente informou ao Metrópoles que eles receberam carvão ativado para minimizar os efeitos de uma possível intoxicação e estão passando por diversos banhos diários, com água morna e detergente neutro, para remoção do corante das penas.

Diluição da água

Na quarta-feira (14), a Cetesb iniciou o processo de diluição do corante que foi derramado no Córrego das Tulipas após o acidente. Técnicos da agência ambiental do município também realizaram coletas em toda a abrangência do lago. Por volta das 14h, os resultados obtidos apresentavam PH e OD (oxigênio dissolvido) dentro dos parâmetros normais.

Os patos e gansos que estavam no córrego no momento do acidente apresentaram coloração azulada. A veterinária Vânia Plaza Nunes, que também é vice-presidente do Grupo de Resposta a Animais em Desastres (GRAD), contou ao Metrópoles que ao menos 8 ou 9 patos e gansos e 11 capivaras, sendo a maioria filhotes, foram impactados pelo acidente. Mais de uma centena de peixes, de espécies diferentes, morreram.

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Segundo o GRAD, o corante continha Tecron, uma substância altamente tóxica e persistente. Vânia explicou que o conteúdo vinha de uma indústria que faz tinta para pintar caixas de ovo.


O que se sabe:

  • O caminhão transportava cerca de 2 mil litros do corante.
  • Patos, gansos, capivaras e peixes foram afetados pelo acidente.
  • Quatro animais foram recolhidos pela equipe da Mata Ciliar, estão recebendo carvão ativado e sendo mantidos em observação.
  • Equipes do GRAD também foram ao local do acidente para resgatar mais animais.

Além da Cetesb e do GRAD, equipes da Defesa Civil, da Divisão Florestal da Guarda Municipal, da ONG Mata Ciliar e do DEBEA (Departamento de Bem-Estar Animal) atuaram na ocorrência.

A Prefeitura de Jundiaí informou que avaliações ambientais estão em andamento para mensurar os impactos causados e embasar a responsabilização da empresa envolvida.

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